PELAS
MÃOS DO ARTISTA
Outrora
fiel companheira dos dias longos e das noites frias. Disputada foste por moços e
velhos que, com seus dedos ávidos, te apalpavam e deslizavam suas mãos em teu
corpo inteirinho.
Nada reclamavas, nada dizias, eras objeto de desejo, de disputa e de alegria.
Gerações e gerações de ti desfrutaram, saciaram suas fomes de prazer, de realização e de glória. Tantos choraram suas derrotas em tua presença e comemoraram a teu lado suas vitórias.
Mas o tempo, ingrato e cheio de revezes, passou rapidamente, e muitos se foram e tantos outros envelheceram. Também tu, decrépita, alquebrada, abandonada e triste quedaste solitária nas cinzas e sombra do passado glorioso.
Lá ficaste por anos e mais anos, esquecida por todos que antes lhe disputavam.
Até que num belo dia, o toque milagroso da mão do artista, com carinho, cura-te as feridas, tampona as crateras que te deformaram , esfolia-te o corpo todo e banha-te com os mais tênues e poderosos cremes.
Bela e poderosa como dantes, tu ressurges das cinzas, velha dama, incomparável dama, antigo tabuleiro de damas que era de meu pai e que animava e motivava as noites na Fazenda Brejinho, em Malhada dos Bois – Sergipe.
Nada reclamavas, nada dizias, eras objeto de desejo, de disputa e de alegria.
Gerações e gerações de ti desfrutaram, saciaram suas fomes de prazer, de realização e de glória. Tantos choraram suas derrotas em tua presença e comemoraram a teu lado suas vitórias.
Mas o tempo, ingrato e cheio de revezes, passou rapidamente, e muitos se foram e tantos outros envelheceram. Também tu, decrépita, alquebrada, abandonada e triste quedaste solitária nas cinzas e sombra do passado glorioso.
Lá ficaste por anos e mais anos, esquecida por todos que antes lhe disputavam.
Até que num belo dia, o toque milagroso da mão do artista, com carinho, cura-te as feridas, tampona as crateras que te deformaram , esfolia-te o corpo todo e banha-te com os mais tênues e poderosos cremes.
Bela e poderosa como dantes, tu ressurges das cinzas, velha dama, incomparável dama, antigo tabuleiro de damas que era de meu pai e que animava e motivava as noites na Fazenda Brejinho, em Malhada dos Bois – Sergipe.
Antonia Roza
Junho de 2013
Nota do autor:
Tabuleiro de damas vindo de Portugal e oferecido a Manoel Gomes de Aguiar pelo amigo português, Álvaro Lemos, grande fotógrafo na cidade de Propriá-Sergipe.
Recuperada pelo artista: Dene Oliveira
(Wednilton Oliveira Santos)
Email - denepinturas1975@gmail.com
A principio Pensei que era uma mulher
ResponderExcluirMas se trata do tabuleiro de damas do meu avô ainda alcancei este tabuleiro e as peças originais se possível vou tentar refazê la vale a pena conferir quando tiver pronto eu posto no blog
Que maravilha!
ExcluirPoetiza de tamanha profundidade nos leva a fantasiar....quem seria essa encantada "Dama"? E por fim nos deixa saudosos do tempo em que essa dama aquecia as noites do Brejinho...e msus saudade de vovô Maneca!
ResponderExcluirPoetiza de tamanha profundidade nos leva a fantasiar....quem seria essa encantada "Dama"? E por fim nos deixa saudosos do tempo em que essa dama aquecia as noites do Brejinho...e msus saudade de vovô Maneca!
ResponderExcluirUau!!!que lindo!
ExcluirDe Antonio Oliveira Silva (Virman)
ResponderExcluir"Pelas Mãos do Artista". Que gostoso de ler! E a surpresa?! Já lhe disse que você devia fazer um levantamento dos seus escritos, completar, se for o caso, e pensar em editar.
Antonio Silva
Muito obrigada, escritor. É umorgulho receber importante sugestão
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