sexta-feira, 19 de abril de 2019

SEMANA SANTA NO BREJINHO -


Maneca e Anita - Faz. Brejinho
A Semana Santa, nos tempos atrás, era realmente uma semana inteira. Não havia aulas e, para nós, então crianças, era uma grande oportunidade, umas férias    no início do ano escolar.
Naquela época, na Sexta Feira Santa, os rádios só executavam músicas clássicas e cânticos sacros.

Todas as pessoas jejuavam, com exceção dos muito idosos e das crianças muito novas. Por outro lado, ao meio dia ou um pouco antes, era servido um farto almoço, com peixe preparado de diversas formas, caruru, ensopado de camarão, de maxixe, de “manjongome” e tantas outras iguarias.

Existia no interior sergipano, nos anos 60, rituais que por força da tradição eram cumpridos fielmente. Os filhos almoçavam com os pais. Já os que moravam em outras cidades geralmente iam passar a Semana Santa na casa dos pais.

Também era a Sexta Feira Santa o dia de visita dos afilhados que, logo cedo, vinham trazer alguma lembrança para os padrinhos e pedir a bênção.

Não se podia jogar, cantar, falar alto, tomar bebidas alcoólicas, fazer qualquer trabalho a não ser o estritamente indispensável. Nesse dia não se tirava leite das vacas nem se andava a cavalo.

Sem dúvidas, era um momento muito especial, encarado com muito respeito. Um momento em que todos procuravam não perder da mente o real significado da Semana Santa, em especial da Sexta Feira Santa. A todo instante o próprio ambiente nos conduzia a refletir sobre o sacrifício de Jesus Cristo que morreu para nos salvar e, em razão desse sacrifício, cumpríamos todo um ritual de sentimento, de reconhecimento, de respeito e de amor.

Dessa forma não podemos esquecer de que nesse período, na Semana Santa, lembrando de como se procedia há tempos atrás, devemos pelo menos meditar, nos concentrar um pouco na mensagem divina, no Seu exemplo de amor. Devemos elevar o nosso espírito para uma vida melhor, com mais amor, compreensão e misericórdia mútuas.

Os tempos, as distâncias, os costumes mudaram, nem sempre podemos nos reunir, nos abraçar.

Encontremo-nos pelo menos pela internet, nessa Semana Santa.


Assim era a Semana Santa no Brejinho na década de 70 e anteriores.

Um comentário:

  1. Angélica Hermínia14 de maio de 2023 às 12:15

    Que bela descrição daqueles momentos ! Eu me recordo claramente de quase tudo isso. Não sabia da visita dos afilhados, mas o restante sim!
    Recordar é viver!
    Hoje , por ocasião do aniversário de vovô Maneca, revivi toda a sua energia, e a nossa vivência de férias no Brejinho! Me sentí grata por ter um avô assim: cheio de coragem, de um caráter irreparável e de um avô beijoqueiro,
    E por nos proporcionar momentos inesquecíveis na Fazenda Brejinho.Eram as melhores férias do mundo! Encontrar todos os primos, andar a cavalo, carro de bois, tirar frutas das árvores, chupar cana tirada na hora do canavial, tomar banho na fonte, enfim, um sonho realizado!
    Obrigada Vovô Maneca ! Obrigada Vovó Anita!

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