14/05/1909 a 14 /05/ 2009
APRESENTAÇÃO
Que bom se estivéssemos comemorando os cem anos de vida de papai!
Que graça se ainda pudéssemos viver tantos momentos bons, desfrutar do aconchego de pessoas tão importantes em nossas vidas!
Mas muitas delas já se foram e fomos ficando órfãos de suas presenças. Seus espaços ficaram vazios, pois cada pessoa é única e insubstituível. Todavia como diz o grande poeta sergipano Artur Fortes, em sua bela poesia “Acorda Sonhador”, “O rio continua a rolar as suas águas e a terra aqui e ali se desentranha em flores”. Continuemos então nossas vidas procurando ser fortes, procurando fortalecer os laços familiares, cientes de que somos diferentes, temos cada quais nossos próprios interesses, mas pertencemos a um todo, a nossa família. Assim não vamos nos dispersar!
Comemorar o centenário de nascimento de um ascendente que foi muito importante, enquanto ser humano, é cuidar das raízes da árvore da nossa vida na terra. É reconhecer que não chegamos neste mundo caindo por acaso, temos raízes.
Essa homenagem é um preito de gratidão a Manoel Gomes de Aguiar e a Maria Anita do Nascimento Aguiar, e a tantas pessoas citadas nos diversos relatos que compõem este trabalho.
É uma oportunidade de reflexão para todos nós, principalmente para os que se dignaram a reviver uma época, pessoas, ensinamentos, experiências, valores morais que embasaram as suas condutas.
É, sobretudo, um presente aos mais novos e aos que virão. Se as ciladas do mundo moderno quiserem desvirtuar suas condutas, se o desânimo, a apatia tentarem bloquear seu entusiasmo (sopro divino), eles, inspirados nas raízes e nos troncos da sua família, renovarão suas forças e irão à luta. Pensarão: eu não sou um qualquer, eu pertenço a uma família de grandes homens e de grande mulheres.
Por ocasião do centenário de nascimento de mamãe lançamos o livro “Passagens da Vida”, com as poesias que ela escreveu.
Agora, quando do centenário de nascimento de papai, o sobrinho César, Prefeito de Malhada dos Bois, coloca o nome de seu avô no novo assentamento naquele município. Assim se expressou Augusto César: “O Assentamento MANOEL GOMES DE AGUIAR é o reconhecimento de uma população a um homem trabalhador que muito fez pela agricultura e pecuária em nosso município”.
Assim, mamãe que amava a literatura, ficou na imortalidade, com seu segundo livro lançado, e papai, que vibrava com o trabalho no campo, teve seu nome imortalizado no novo assentamento rural.
Há alguns anos, o sobrinho Manoel Oliveira Aguiar , filho do inesquecível José Hermínio, Zezé, homenageou nossos pais criando, no orkut, a Comunidade dos descendentes de Manoel Gomes de Aguiar e Maria Anita Aguiar.
Agora, por ocasião do Centenário de papai, criei o blog : http://www.manoelgomesdeaguiar.blogspot.com/ no qual está divulgada a nossa homenagem, ora prestada.
A todos que enviaram seus relatos e fotos, e aos que de alguma forma contribuíram com este trabalho os meus sinceros agradecimentos.
Procurei manter seus escritos ao sabor dos sentimentos que brotaram do coração de cada um de vocês. Mantive o tom coloquial que existe na comunicação daqueles que se amam.
A minhas afilhadas Maísa e Marília Aguiar Santana, por especial ajuda.
A meu filho Fábio Victor de Aguiar Menezes que, para tornar esse meu sonho realidade, dedicou a esse trabalho seus momentos preciosos, a minha eterna gratidão e o meu carinho.
Em 14/05/2009
Antonia Roza
Que graça se ainda pudéssemos viver tantos momentos bons, desfrutar do aconchego de pessoas tão importantes em nossas vidas!
Mas muitas delas já se foram e fomos ficando órfãos de suas presenças. Seus espaços ficaram vazios, pois cada pessoa é única e insubstituível. Todavia como diz o grande poeta sergipano Artur Fortes, em sua bela poesia “Acorda Sonhador”, “O rio continua a rolar as suas águas e a terra aqui e ali se desentranha em flores”. Continuemos então nossas vidas procurando ser fortes, procurando fortalecer os laços familiares, cientes de que somos diferentes, temos cada quais nossos próprios interesses, mas pertencemos a um todo, a nossa família. Assim não vamos nos dispersar!
Comemorar o centenário de nascimento de um ascendente que foi muito importante, enquanto ser humano, é cuidar das raízes da árvore da nossa vida na terra. É reconhecer que não chegamos neste mundo caindo por acaso, temos raízes.
Essa homenagem é um preito de gratidão a Manoel Gomes de Aguiar e a Maria Anita do Nascimento Aguiar, e a tantas pessoas citadas nos diversos relatos que compõem este trabalho.
É uma oportunidade de reflexão para todos nós, principalmente para os que se dignaram a reviver uma época, pessoas, ensinamentos, experiências, valores morais que embasaram as suas condutas.
É, sobretudo, um presente aos mais novos e aos que virão. Se as ciladas do mundo moderno quiserem desvirtuar suas condutas, se o desânimo, a apatia tentarem bloquear seu entusiasmo (sopro divino), eles, inspirados nas raízes e nos troncos da sua família, renovarão suas forças e irão à luta. Pensarão: eu não sou um qualquer, eu pertenço a uma família de grandes homens e de grande mulheres.
Por ocasião do centenário de nascimento de mamãe lançamos o livro “Passagens da Vida”, com as poesias que ela escreveu.
Agora, quando do centenário de nascimento de papai, o sobrinho César, Prefeito de Malhada dos Bois, coloca o nome de seu avô no novo assentamento naquele município. Assim se expressou Augusto César: “O Assentamento MANOEL GOMES DE AGUIAR é o reconhecimento de uma população a um homem trabalhador que muito fez pela agricultura e pecuária em nosso município”.
Assim, mamãe que amava a literatura, ficou na imortalidade, com seu segundo livro lançado, e papai, que vibrava com o trabalho no campo, teve seu nome imortalizado no novo assentamento rural.
Há alguns anos, o sobrinho Manoel Oliveira Aguiar , filho do inesquecível José Hermínio, Zezé, homenageou nossos pais criando, no orkut, a Comunidade dos descendentes de Manoel Gomes de Aguiar e Maria Anita Aguiar.
Agora, por ocasião do Centenário de papai, criei o blog : http://www.manoelgomesdeaguiar.blogspot.com/ no qual está divulgada a nossa homenagem, ora prestada.
A todos que enviaram seus relatos e fotos, e aos que de alguma forma contribuíram com este trabalho os meus sinceros agradecimentos.
Procurei manter seus escritos ao sabor dos sentimentos que brotaram do coração de cada um de vocês. Mantive o tom coloquial que existe na comunicação daqueles que se amam.
A minhas afilhadas Maísa e Marília Aguiar Santana, por especial ajuda.
A meu filho Fábio Victor de Aguiar Menezes que, para tornar esse meu sonho realidade, dedicou a esse trabalho seus momentos preciosos, a minha eterna gratidão e o meu carinho.
Em 14/05/2009
Antonia Roza
Filho de Manoel Gomes de Novaes e Afra Amélia de Aguiar.
Cresceu na fazenda ao lado de seus pais e de seu único irmão, João Gomes de Aguiar.
Estudou pouco, não chegando a concluir o curso primário. Chegou a estudar em Neópolis, lugar mais adiantado. Nesse tempo morou na casa da tia Conceição. Como não quis continuar os estudos e voltou para casa dos pais.
Quando adolescente ajudava a seu pai nas atividades rurais. Trabalhava em roças, tiragem de leite, conduzindo comboio de burros e em carro de bois para transporte de cana e outros produtos.
Aos 21 anos, trabalhando num carro de bois para abastecer as usinas de Laranjeiras, conheceu uma bela moça, vizinha de sua tia Carolina de Aguiar (Calú) que já há muito tempo, após o casamento com Abdias Torres, morava naquela cidade.
Aquele também bonito jovem encantou-se com a beleza da moça e conseguiu, com a ajuda da tia Calu, aproximar-se dela, tornando-se conhecido da família, amigo de um dos seus irmãos. Posteriormente, veio a pedi-la em casamento, no que foi aceito.
Maria Anita do Nascimento, sua eleita, moça culta, já estava concluindo seus estudos na famosa escola Laranjeirense da Professora Zizinha Guimarães, escola que além das disciplinas básicas, ensinava francês, esperanto, música, dança e teatro.
Anita deixa os estudos e, em pouco mais de um ano, no dia 26/11/1929 na Igreja Matriz de Laranjeiras, foi celebrado o casamento, passando o casal a morar na Fazenda João Vieira, onde Maneca já morava quando solteiro.
O amor entre os dois era tamanho, que Anita , moça da cidade, passou a viver, ao lado do marido, a vida simples do campo; a fazer os trabalhos rudimentares típicos das donas de casa da zona rural.
Passados alguns anos de muito trabalho, Maneca e Anita conseguiram construir sua própria casa na Fazenda Brejinho, propriedade dos pais de Maneca.
Casa da fazenda Brejinho,foto de 1959
Quando ainda moravam no João Vieira, nasceram seus três filhos mais velhos: José Hermínio (Zezé), Maria Hermínia (Neném) e Maria José (Teté).
No Brejinho, nasceram seus filhos: Emanuel Messias, Antonio Hermínio, Marizete, Maria do Carmo, João, Maria Anita e Manoel Luis. Na cidade de Própria, época em que alugou uma casa na rua da Vitória para que os filhos mais velhos prosseguissem os estudos, nasceu Antonia Roza.
Era um defensor do estudo. Como na década de 30 não havia escola na área rural onde vivia, teve a idéia de contratar uma professora para ensinar as crianças da localidade. Conversando com os primos e vizinhos de propriedade, Daniel de Aguiar Figueiredo e Romeu de Aguiar Figueiredo, recebeu total apoio dos dois. As despesas eram divididas entre os três. O primo Romeu, que possuía muitas casas na sua fazenda, cedeu uma delas onde as aulas eram ministradas e também onde residiam as professoras .
Ensinaram nessa escola montada por eles as professoras Lourdes e Quitéria, ambas vindas da cidade de Cedro de São João.
Maneca e Anita sempre quiseram que os filhos estudassem e não mediam esforços para que eles pudessem evoluir. Com grande sacrifício colocavam os filhos em internatos e encaminhava-os a centros mais adiantados para que prosseguissem seus estudos.
PARTICIPAÇÃO NA POLÍTICA
Era filiado à UDN - União Democrática Nacional, partido que apoiava fielmente. Embora gostasse e até se empolgasse com a política, nunca quis se candidatar a nenhum cargo, nem assumir nenhuma função pública. Empenhava-se muito nas campanhas,
contribuindo pessoal e financeiramente com todas as candidaturas que apoiava
.Era sempre muito ouvido e respeitado na região.
Foto da família em 1975
No Brejinho, Maneca viveu ao lado de sua esposa Anita por toda a sua vida. . Daí ele ser conhecido na região como “Maneca do Brejinho”.
Enquanto ele saía para o trabalho no campo, onde plantava imensas roças de feijão, milho, mandioca e algodão, ela ficava em casa, cumpria suas atividades domésticas e estava sempre atenta a todo o movimento de gado e de trabalhadores, haja vista que o curral fica ao lado da casa sede da fazenda. Ela também sempre controlou, com ele, as despesas e receitas da propriedade, estando sempre atenta ao cumprimento dos prazos de pagamento dos débitos contraídos, com uma particularidade: sempre que se conseguia pagar um grande débito, comemorava–se com fogos, missa em ação de graças e, muitas vezes, com festa.
Maneca sempre foi muito alegre, muito comunicativo e tinha um grande prazer em receber as pessoas em sua casa. Como sua esposa também gostava muito de acolher a todos, sua casa era muito freqüentada pelos parentes e amigos que moravam fora e, mais frequentemente, pelos parentes e amigos da região.
A grande mesa da sala de jantar era famosa pela fartura de deliciosas comidas que Anita fazia numa incrível rapidez. Em volta dela sentavam-se lado a lado seus familiares, seus trabalhadores e todos que estivessem em casa na hora das refeições.
Contrastando com essa sua maneira de ser tão afável, alegre, amigável, quando estava aborrecido ninguém o enfrentasse naquele momento.
Passado o estresse parecia que nada havia acontecido, nunca guardava rancores. Quando quem o ofendeu o procurava, costumava esquecer as ofensas e o ofensor, se assim o desejasse, voltaria a ser seu amigo.
.Muito trabalhador para ele não havia trabalho difícil, nem havia, se fosse necessário, hora para começar ou terminar um trabalho.
Era um gigante no trabalho e tinha Anita como sua grande aliada, grande companheira de todas as horas.
Quando já idosos, ela reclamava que já precisavam descansar, morar na cidade, mas ele não queria deixar o campo, nem o trabalho pra viver na cidade.
Já com os filhos todos fora de casa. ele ainda saía para as atividades no campo e ela ficava, agora sozinha, cuidando dos afazeres domésticos e, quando se desocupava, dedicava-se a ler e a escrever.
Neste período, escreveu mais de cem poesias que fazem parte de seus livros A DOR DA SOLIDÃO e PASSAGENS DA VIDA. Escreveu também vários contos e histórias do seu tempo que se distribuem em três outros livros ainda inéditos. Para atender aos desejos da esposa, Maneca comprou, em Aracaju, em 1965, uma casa pequena na rua Socorro para os filhos, que já não queriam mais estudar em internatos, prosseguirem seus estudos. No ano seguinte, comprou uma casa melhor, um bangalô, na mesma rua, para onde se mudaram imediatamente.
Pouco tempo depois, comprou no município de Laranjeiras, terra de sua querida Anita, a fazenda Mata, a 20 quilômetros de Aracaju, onde passaram a morar, perto dos filhos e da capital.
Agora ele cuidava apenas da pecuária, mas se dividia entre as duas fazendas: a Brejinho em Malhada dos Bois e a Mata em Laranjeiras.
Maneca sempre foi muito alegre, muito comunicativo e tinha um grande prazer em receber as pessoas em sua casa. Como sua esposa também gostava muito de acolher a todos, sua casa era muito freqüentada pelos parentes e amigos que moravam fora e, mais frequentemente, pelos parentes e amigos da região.
A grande mesa da sala de jantar era famosa pela fartura de deliciosas comidas que Anita fazia numa incrível rapidez. Em volta dela sentavam-se lado a lado seus familiares, seus trabalhadores e todos que estivessem em casa na hora das refeições.
Contrastando com essa sua maneira de ser tão afável, alegre, amigável, quando estava aborrecido ninguém o enfrentasse naquele momento.
Passado o estresse parecia que nada havia acontecido, nunca guardava rancores. Quando quem o ofendeu o procurava, costumava esquecer as ofensas e o ofensor, se assim o desejasse, voltaria a ser seu amigo.
.Muito trabalhador para ele não havia trabalho difícil, nem havia, se fosse necessário, hora para começar ou terminar um trabalho.
Era um gigante no trabalho e tinha Anita como sua grande aliada, grande companheira de todas as horas.
Quando já idosos, ela reclamava que já precisavam descansar, morar na cidade, mas ele não queria deixar o campo, nem o trabalho pra viver na cidade.
Já com os filhos todos fora de casa. ele ainda saía para as atividades no campo e ela ficava, agora sozinha, cuidando dos afazeres domésticos e, quando se desocupava, dedicava-se a ler e a escrever.
Neste período, escreveu mais de cem poesias que fazem parte de seus livros A DOR DA SOLIDÃO e PASSAGENS DA VIDA. Escreveu também vários contos e histórias do seu tempo que se distribuem em três outros livros ainda inéditos. Para atender aos desejos da esposa, Maneca comprou, em Aracaju, em 1965, uma casa pequena na rua Socorro para os filhos, que já não queriam mais estudar em internatos, prosseguirem seus estudos. No ano seguinte, comprou uma casa melhor, um bangalô, na mesma rua, para onde se mudaram imediatamente.
Pouco tempo depois, comprou no município de Laranjeiras, terra de sua querida Anita, a fazenda Mata, a 20 quilômetros de Aracaju, onde passaram a morar, perto dos filhos e da capital.
Agora ele cuidava apenas da pecuária, mas se dividia entre as duas fazendas: a Brejinho em Malhada dos Bois e a Mata em Laranjeiras.
Seu Maneca na casa da Hermes Fontes - A tão famosa Janela dos Acenos
Com o falecimento de Anita, em 01.06.1980, ele ainda permaneceu na fazenda seis meses, até que em janeiro de 1981 sofreu um grave acidente no campo e, após sair do hospital, ficando com pouca saúde, passou a morar em Aracaju, por uma década, até o seu falecimento em 16.09.1991 .
Em Aracaju, nessa época, após o falecimento de Anita e o acidente que sofreu, registrou dois filhos, Emanuela e Marcelo, nascidos de Maria Paula dos Santos, pessoa que cuidava dele.
HOMENAGEM A SEU MANECA
Por mestre Raimundo e dona Mariazinha
Esta entrevista foi concluída na casa de propriedade do casal seu Raimundo e Dona Mariazinha, em Aracaju, na Rua Seroa da Mota n°436, Bairro 18 do Forte, e foi iniciada na casa também deles em Malhada dos Bois, na rua da Igreja n°185, onde onde passam dias para dar assistência a sua propriedade rural no povoado Riacho do Tanque, município de Malhada dos Bois.
Com o falecimento de Anita, em 01.06.1980, ele ainda permaneceu na fazenda seis meses, até que em janeiro de 1981 sofreu um grave acidente no campo e, após sair do hospital, ficando com pouca saúde, passou a morar em Aracaju, por uma década, até o seu falecimento em 16.09.1991 .
Em Aracaju, nessa época, após o falecimento de Anita e o acidente que sofreu, registrou dois filhos, Emanuela e Marcelo, nascidos de Maria Paula dos Santos, pessoa que cuidava dele.
HOMENAGEM A SEU MANECA
Por mestre Raimundo e dona Mariazinha
Mestre Raimundo e Dona Mariazinha também quiseram fazer uma homenagem a vovô Maneca. Ambos o conheceram quando ainda eram crianças, através de seus pais que trabalhavam para vovô.
Procurei organizar as diversas mensagens que eles me confiaram:
Assim falaram os dois, - “Se a gente for contar os casos era preciso um jornal para relatar tudo”.
Como conheceram Sr. Maneca
Mestre Raimundo - “Eu tinha de 8 a 9 anos quando eu conheci seu Maneca. Meu pai era cortador de cana dele na Cotinguiba. Acompanhando meu pai comecei meu trabalho como chamador de boi de seu Maneca”.
Mariazinha - “Conheci seu Maneca a partir de meus pais que vieram da Cotinguiba em busca de trabalho. Cheguei pequena. Lembro de uma roça de 200 tarefas, quando ainda morava no Baixão.”
“Chamavam Seu Maneca de pai da pobreza, pois ele se colocava de modo a ajudar todo mundo”
“ Tornou-se influente politicamente, apoiou seu Romeu, Antônio Vieira (Tonho de Banha), elegeu Marizete) e ainda elegeu seu walfrido, vereador.”
“ Sinceramente, temos amizade no coração como se ele estivesse vivo. Uma amizade que nunca vai se acabar”.
Mestre Raimundo - “Uma vez, ele mais D.Anita me deram um conselho, lá pelas 04 horas da madrugada, que eu chorei”
2) O começo do trabalho.
Mestre Raimundo chamava boi para seu Maneca e Dona Mariazinha plantava e colhia algodão.
“Chegou a plantar mais de 200 tarefas de algodão. Naquela época, algodão dava dinheiro, juntava a safra no paiol e contratava os homens para ensacar, Chegava a contratar oitenta pessoas para limpar algodão“
3) A maior Plantação
“A maior plantação que ele fez começava onde hoje existe o clube de Malhada dos Bois e se extendia até ao povoado Bananeira. Foram 300 tarefas de terra, toda plantada de algodão. Na baixada tinha algodão que cobria um homem.” Plantava algodão, milho, feijão e arroz, que às vezes não dava tempo a colher.
4) O início da vida.
“ Começou sua vida plantando roça”
“ Comboio de burro“
“ Puxava algodão da Malhada dos Bois até onde hoje existe o Plator de Neópolis. Contava com mais de doze burros tocados por ele e o empregado (Luís Lourenço). No comboio ele puxava não só sua produção, como puxava a produção de outros produtores.”
3) Carroça de Bois
“ Foi carreando com bois na Cotinguiba, mas precisamente em Laranjeiras, que ele conheceu dona Anita, com quem casou e teve onze filhos”
Mariazinha - “Ele foi feliz pois não tinha maldade no coração, trabalhava para ele e muita gente”
Procurei organizar as diversas mensagens que eles me confiaram:
Assim falaram os dois, - “Se a gente for contar os casos era preciso um jornal para relatar tudo”.
Como conheceram Sr. Maneca
Mestre Raimundo - “Eu tinha de 8 a 9 anos quando eu conheci seu Maneca. Meu pai era cortador de cana dele na Cotinguiba. Acompanhando meu pai comecei meu trabalho como chamador de boi de seu Maneca”.
Mariazinha - “Conheci seu Maneca a partir de meus pais que vieram da Cotinguiba em busca de trabalho. Cheguei pequena. Lembro de uma roça de 200 tarefas, quando ainda morava no Baixão.”
“Chamavam Seu Maneca de pai da pobreza, pois ele se colocava de modo a ajudar todo mundo”
“ Tornou-se influente politicamente, apoiou seu Romeu, Antônio Vieira (Tonho de Banha), elegeu Marizete) e ainda elegeu seu walfrido, vereador.”
“ Sinceramente, temos amizade no coração como se ele estivesse vivo. Uma amizade que nunca vai se acabar”.
Mestre Raimundo - “Uma vez, ele mais D.Anita me deram um conselho, lá pelas 04 horas da madrugada, que eu chorei”
2) O começo do trabalho.
Mestre Raimundo chamava boi para seu Maneca e Dona Mariazinha plantava e colhia algodão.
“Chegou a plantar mais de 200 tarefas de algodão. Naquela época, algodão dava dinheiro, juntava a safra no paiol e contratava os homens para ensacar, Chegava a contratar oitenta pessoas para limpar algodão“
3) A maior Plantação
“A maior plantação que ele fez começava onde hoje existe o clube de Malhada dos Bois e se extendia até ao povoado Bananeira. Foram 300 tarefas de terra, toda plantada de algodão. Na baixada tinha algodão que cobria um homem.” Plantava algodão, milho, feijão e arroz, que às vezes não dava tempo a colher.
4) O início da vida.
“ Começou sua vida plantando roça”
“ Comboio de burro“
“ Puxava algodão da Malhada dos Bois até onde hoje existe o Plator de Neópolis. Contava com mais de doze burros tocados por ele e o empregado (Luís Lourenço). No comboio ele puxava não só sua produção, como puxava a produção de outros produtores.”
3) Carroça de Bois
“ Foi carreando com bois na Cotinguiba, mas precisamente em Laranjeiras, que ele conheceu dona Anita, com quem casou e teve onze filhos”
Mariazinha - “Ele foi feliz pois não tinha maldade no coração, trabalhava para ele e muita gente”
Aracaju, 12 de maio de 2009
Eurípedes Manoel de Aguiar Menezes
HOMENAGEM A MANOEL GOMES DE AGUIAR
Hoje, 14 de maio de 2009, é um grande dia. Um dia em que recordamos o nascimento do amigo Senhor Maneca do Brejinho, como era conhecido esse grande homem, pelos amigos e parentes. Eu o conheci, juntamente com sua esposa Dona Anita, por intermédio de meu noivo Eurípedes Teles de Menezes, que era sobrinho de Dona Anita. Euripedes era muito querido pelo casal Maneca e Anita que sempre o tratavam como um verdadeiro filho. Quando fomos nos casar, foram Maneca e Anita os nossos escolhidos para serem os nossos padrinhos e isto resultou no aumento dos laços de amizade pelo carinho e atenção que sempre nos dispensaram.
O nosso casamento foi realizado em Canhoba, minha terra natal e, ao final foi oferecida uma festa pelos meus pais aos convidados. Como continuação das festividades do casamento o casal de padrinhos Seu Maneca e Dona Anita nos ofereceram um jantar na Fazenda Brejinho em uma dia de muita alegria com a presença de muitos familiares do casal.
Euripedes era filho do Major João Teles de Menezes e Horonita do Nascimento Teles, irmã de Dona Anita, e tinham grande admiração por Maneca e Anita, pelo carinho e dedicação que sempre dedicaram ao seu filho e meu esposo Eurípedes.
Tudo ia bem em nossa vida quando, em 1951 o governo do Pais iniciou uma perseguição a quem era seguidor do comunismo. O pai de Eurípedes, o Major João Teles, foi preso e transferido para fora do Estado ficando por longo tempo incomunicável. Eurípedes, que era o filho mais velho e andava muito com o pai, passou a pertencer a lista dos que o exército deveria prender. Quando o exército chegou para prendê-lo, no Horto Florestal de Ibura, local onde trabalhava, ele que sabia o quanto o pai estava sofrendo na prisão, resolveu não se entregar, fugiu do escritório onde estava trabalhando indo para a cidade de Laranjeiras para a casa do tio Chico, irmão de Dona Anita, que no dia seguinte o mandou levar para a Fazenda Brejinho de Maneca e Anita, em Malhada dos Bois. Lá Eurípedes ficou protegido pelo casal Maneca e Anita por mais de 1 ano. Como Seu Maneca tomou conhecimento dequ estavam comentando sobre a existência de uma pessoa estranha em sua casa, transferiu Eurípedes para a casa de Zezé, seu filho mais velho, na Fazenda Pau da Canoa, no povoado de Bananeiras e depois para uma Serra, toda coberta de floresta, existente em sua fazenda, no município de Malhada dos Bois. Na Serra não existia acomodação para nada a não ser duas pedras que serviam de cama. Seu Maneca passou mais de um ano levando comida e dando toda a assistência a Eurípedes. Durante todo o tempo em que Eurípedes esteve sob a proteção de Seu Maneca e Dona Anita o exército cercou sua casa e a revistou por 3 vezes, mas seu Maneca foi firme e agüentou a barra toda. Nessa época Eu com meus filhos sempre passávamos dias na casa de Seu Maneca e Dona Anita, quando íamos disfarçados para visitar meu marido na serra, saindo de Canhoba para Propriá para vender costura e bordado e pegávamos o trém até a estação Batinga ou a de Malhada dos Bois, mudando sempre de estação para não chamar a atenção do povo. Daí seguíamos para a Fazenda Brejinho.
Para falar de Seu Maneca é preciso escrever muito. Por fim ele arranjou, com seu primo João Caldas, uma fazenda em Palmeira dos Índios para Eurípedes tomar conta, fazendo os serviços de fazenda, cuidando do gado, tirando leite e, aí ficamos até que o exército acabou a perseguição. Por isto devo tudo ao Seu Maneca, pois não vi o meu marido preso ou morto.
Seu Maneca foi sempre presença na vida da minha família, mas vou falar apenas de dois momentos de muito sofrimento que passamos e que ele sempre esteve ao nosso lado nos apoiando de todas as formas.
Como já falei de um, vou contar agora o apoio que recebi num dos momentos mais tristes de minha vida.
Com o desaparecimento trágico de meu marido, com apenas 42 anos de idade, mais uma vez contamos, em todos os momentos e de todas as formas, com Seu Maneca e D. Anita e ainda com os Compadres Luis Alves e Maria Hermínia (Neném) aos quais tenho profunda gratidão.
Seu Maneca e D. Anita chegaram até a nos levar, eu e meus treze filhos, para sua casa na Fazenda Brejinho, onde passamos muitos dias, para nos dar o conforto, o carinho e toda a assistência depois de tão grande dor.
Sou profundamente grata a Seu Maneca, a dona Anita e a sua família.
Safira Torres de Menezes
Aracaju,13/05/2009
HOMEM DE GRANDE VISÃO ! UM GRANDE CHEFE DE FAMÍLIA !
“Seu Maneca”, como era citado e conhecido na região dos tabuleiros norte de Sergipe e do baixo São Francisco, foi um cidadão empreendedor que muito contribuiu para o desenvolvimento da agropecuária e, consequentemente, para a melhoria do nível sócio-econômico regional.
Recordo-me que ele era mencionado nas rodas de amigos e parentes com admiração pelo esmero que utilizava ao cuidar das pastagens na sua fazenda Brejinho. Foi grande produtor de leite e gado de corte contribuindo por muitos anos para o abastecimento dos mercados de Malhada dos Bois, Cedro de São João, São Francisco e Propriá. Verdadeiro partícipe no desenvolvimento da pecuária na medida em que introduziu novas raças de gado zebuíno e do gado com aptidão leiteira, como os da raça holandesa e girolanda. Perseguia sempre o objetivo de ampliar a produção, e a produtividade, tendo sido um importante multiplicador de técnicas mais aprimoradas para a época.
A admiração a este homem de grande visão se ampliava na medida em que era reconhecido também como um grande chefe de família, pois, com todo o envolvimento na vida do campo, não se descuidava da formação cultural dos seus filhos, sem medir esforços para proporcionar-lhes todo o investimento necessário para a garantia do acesso ao conhecimento na sua forma mais ampla. Certamente, nesta missão, teve a assessoria inconteste da sua esposa e companheira de todas as horas, da queridíssima por todos, da poetisa romântica, D. Anita.
Santo Agostinho disse: “A medida do amor é não ter medida”. Este amor desmedido que ele semeou, junto aos seus filhos e descendentes, à sua esposa, aos parentes e amigos, aos seus ideais, na forma peculiar de expressar-se, deixou em todos nós um legado a ser seguido pela forma espontânea e envolvido de misteriosa sabedoria.
João Augusto Guimarães Figueiredo
SEU MANECA - TRABALHO E ALEGRIA!
Falar de Manoel Gomes de Aguiar, seu Maneca do Brejinho , é falar de casa alegre, casa cheia de gente. Filhos genros, netos, sobrinhos, amigos de seu Maneca e de Dona Anita e amigos dos filhos deste casal muito especial.
Sempre que penso na minha adolescência e juventude lembro dos meus "Oásis" que se situavam no Brejinho, João Vieira e Cedro de São João.
Seu Maneca era um homem de muita disposição para trabalhar, mas sempre encontrava um motivo para festejar aniversários, formaturas e até a chegada de amigos em sua casa.Seu Maneca e D.dona Anita a todos recebiam com alegria e aquela mesa farta.
Era frequente chegar no Brejinho e ser recebido com um delicioso doce de caju e muito especialmente com um doce de leite com queijo em pedaços. E as fatadas ou pescarias.Tudo era motivo para festa e alegria!
De todas as festas, a que estive presente no Brejinho, a Festa da Formatura de Tonho foi a que mais me deixou lembranças inesquecíveis. Caçada de rã ao som de violão e cantorias às margens daquele riacho. A cozinha cheia de pessoas preparando os pratos e o sucesso eram as coxinhas de rã fritas e a fritada de rã, pratos especiais para esperar o doutor.
O baile e os comes e bebes foram até altas horas da Madrugada.
Seu Maneca sempre alegre, mas, como um homem de bem e responsável, circulando de vez em quando para cuidar da moçada, especialmente das moças.
Tinha um zelo muito grande pelas filhas dos parentes e amigos que se hospedavam em sua casa e se orgulhava de dizer” cuido das filhas dos meus amigos e parentes como cuido de minhas filhas..”
Chegar ao Brejinho e sair sem fazer uma farta refeição era uma ofensa para Seu Maneca e Dona Anita e. esta hospitalidade, era também dispensada aos que iam ao Brejinho tratar de negócios, ou trabalhar como por exemplo: seu Antonio de Idelfonso, pintor de casas do povoado Poço dos Bois.
No cuidado com os animais ele também tinha seus dotes especiais.
Lembro-me de certa vez, uma de suas vacas ficara doente e seu Maneca com Marizete e eu tentando salvar a vaca que tinha uma obstrução intestinal, dando purgativos e aplicando lavagem intestinal.
Seu Maneca e dona Anita estavam sempre de casa cheia e a todos recebiam com muito calor humano e alegria.
E o Natal em Poço dos Bois e a festa de Rei em São Francisco e, aos sábados, ir passear em Própria! Todos estes passeios eram uma alegria!
Certa vez ele foi a Maceió comprar um gado e nos levou junto. Eu, Marizete, Roza e Adilson de seu João Gomes de Aguiar, que era seu motorista especial. Enquanto ele ia cuidar dos negócios dizia para a moçada: "Vão Passear meus filhos, vão conhecer Maceió."
Realmente foi a primeira vez que estive em Maceió e foi uma viagem muito divertida e durante a viagem ele nos pedia para cantarmos.
Roza querida, aí está um pouco de minha saudade de vocês, de seus pais na fazenda e da Fazenda Brejinho.
"Ainda hoje, quando vou a Poço dos Bois, ao passar em Muribeca, começo a cuidar para avistar São Francisco e Brejinho."
Maria Nazaré Melo
Porto Alegre,
A CORAGEM DESTE HOMEM É INCOMENSURÁVEL!
Falar de tio Maneca é falar da nossa própria existência. Nos criamos ouvindo sempre nossos pais cantarem em prosa e verso os nomes dos Tios MANECA DO BREJINHO e ANITA, casal sempre reverenciado em nossa casa como pessoas marcantes nas nossas vidas. MANOEL GOMES DE AGUIAR, homem de personalidade marcante, acostumado com o árduo trabalho do campo, com uma ampla visão de futuro, incentivando desde de cedo seus filhos aos estudos, dedicando todos os seus esforços para a formação destes. A exemplo disto, temos esta familia vitoriosa, graças aos seus ensinamentos, que têm sido passado para netos e bisnetos.
Qual o neto ou bisneto que não tenha ouvido falar do Homem MANECA DO BREJINHO, com sua Honestidade, Lealdade e Honradez? “Aquilo que é dito, tem que ser feito, tem que ser cumprido, não precisa estar escrito. A palavra do homem deve ser honrada a qualquer custo”. Sempre ouvi estes ensinamentos do Tio MANECA. Para nós, filhos de Eurípedes Teles, a coragem deste homem é incomensurável. Não temeu nem as represálias do Exercito Brasileiro, para defender o sobrinho (papai), numa fase da qual temos muita história para contar. Daí ter afirmado que TIO MANECA e TIA ANITA, sempre foram lembrados em nossa casa, desde a nossa infância, como pessoas marcantes em nossas vidas. Com o desaparecimento precoce de papai, vivenciamos, mais uma vez, de forma contundente, a presença de TIO MANECA. Apoiando a mamãe, viúva com treze filhos. Passamos a frequentar o Brejinho e a conhecer mais de perto este ídolo. Fase esta em que não dá para deixar de lembrar o carinho com que ele recebia sobrinhos e netos, participando dos banhos no riacho, onde ele mandava fazer barragens para formar verdadeiras piscinas para o deleite da família; os jogos de futebol, em que o time do Brejinho, formado pelos familiares, tinha que ser o melhor, tendo ele sempre como técnico e maior torcedor. As histórias são infindáveis. Infelizmente não nasci com o dom de escrever para expressar, com clareza, tudo que representou este Grande Homem, MANOEL GOMES DE AGUIAR, porém, guardo, no fundo do meu coração, a admiração, o respeito e o orgulho de ser um dos seus inúmeros sobrinhos. PARABENS pelo seu CENTENÁRIO DE NASCIMENTO e que no Plano Espiritual esteja sempre a nos guiar. Tenho certeza que Deus reservou um lugar especial para este casal "MANECA E ANITA", por tudo de bom que fez aqui na Terra.
Do Sobrinho
Eurípedes Teles de Meneses Júnior
Aracaju,12/05/2009
FELICIDADE A PARTIR DO SIMPLES
Manoel Gomes de Aguiar, tio Maneca, exemplo de força física, inteligência, determinação e felicidade a partir do simples; talvez ninguém mais do que eu tenha o observado, admirado e aprendido tanto. Meus sinceros agradecimentos. Aracaju, 10/05/2009 Dr. Jorge Gontrant Torres de Menezes.
HOMENAGEM DOS FILHOS E NETOS E BISNETOS
REMINISCÊNCIAS DE PAPAI
O nosso casamento foi realizado em Canhoba, minha terra natal e, ao final foi oferecida uma festa pelos meus pais aos convidados. Como continuação das festividades do casamento o casal de padrinhos Seu Maneca e Dona Anita nos ofereceram um jantar na Fazenda Brejinho em uma dia de muita alegria com a presença de muitos familiares do casal.
Euripedes era filho do Major João Teles de Menezes e Horonita do Nascimento Teles, irmã de Dona Anita, e tinham grande admiração por Maneca e Anita, pelo carinho e dedicação que sempre dedicaram ao seu filho e meu esposo Eurípedes.
Tudo ia bem em nossa vida quando, em 1951 o governo do Pais iniciou uma perseguição a quem era seguidor do comunismo. O pai de Eurípedes, o Major João Teles, foi preso e transferido para fora do Estado ficando por longo tempo incomunicável. Eurípedes, que era o filho mais velho e andava muito com o pai, passou a pertencer a lista dos que o exército deveria prender. Quando o exército chegou para prendê-lo, no Horto Florestal de Ibura, local onde trabalhava, ele que sabia o quanto o pai estava sofrendo na prisão, resolveu não se entregar, fugiu do escritório onde estava trabalhando indo para a cidade de Laranjeiras para a casa do tio Chico, irmão de Dona Anita, que no dia seguinte o mandou levar para a Fazenda Brejinho de Maneca e Anita, em Malhada dos Bois. Lá Eurípedes ficou protegido pelo casal Maneca e Anita por mais de 1 ano. Como Seu Maneca tomou conhecimento dequ estavam comentando sobre a existência de uma pessoa estranha em sua casa, transferiu Eurípedes para a casa de Zezé, seu filho mais velho, na Fazenda Pau da Canoa, no povoado de Bananeiras e depois para uma Serra, toda coberta de floresta, existente em sua fazenda, no município de Malhada dos Bois. Na Serra não existia acomodação para nada a não ser duas pedras que serviam de cama. Seu Maneca passou mais de um ano levando comida e dando toda a assistência a Eurípedes. Durante todo o tempo em que Eurípedes esteve sob a proteção de Seu Maneca e Dona Anita o exército cercou sua casa e a revistou por 3 vezes, mas seu Maneca foi firme e agüentou a barra toda. Nessa época Eu com meus filhos sempre passávamos dias na casa de Seu Maneca e Dona Anita, quando íamos disfarçados para visitar meu marido na serra, saindo de Canhoba para Propriá para vender costura e bordado e pegávamos o trém até a estação Batinga ou a de Malhada dos Bois, mudando sempre de estação para não chamar a atenção do povo. Daí seguíamos para a Fazenda Brejinho.
Para falar de Seu Maneca é preciso escrever muito. Por fim ele arranjou, com seu primo João Caldas, uma fazenda em Palmeira dos Índios para Eurípedes tomar conta, fazendo os serviços de fazenda, cuidando do gado, tirando leite e, aí ficamos até que o exército acabou a perseguição. Por isto devo tudo ao Seu Maneca, pois não vi o meu marido preso ou morto.
Seu Maneca foi sempre presença na vida da minha família, mas vou falar apenas de dois momentos de muito sofrimento que passamos e que ele sempre esteve ao nosso lado nos apoiando de todas as formas.
Como já falei de um, vou contar agora o apoio que recebi num dos momentos mais tristes de minha vida.
Com o desaparecimento trágico de meu marido, com apenas 42 anos de idade, mais uma vez contamos, em todos os momentos e de todas as formas, com Seu Maneca e D. Anita e ainda com os Compadres Luis Alves e Maria Hermínia (Neném) aos quais tenho profunda gratidão.
Seu Maneca e D. Anita chegaram até a nos levar, eu e meus treze filhos, para sua casa na Fazenda Brejinho, onde passamos muitos dias, para nos dar o conforto, o carinho e toda a assistência depois de tão grande dor.
Sou profundamente grata a Seu Maneca, a dona Anita e a sua família.
Safira Torres de Menezes
Aracaju,13/05/2009
HOMEM DE GRANDE VISÃO ! UM GRANDE CHEFE DE FAMÍLIA !
“Seu Maneca”, como era citado e conhecido na região dos tabuleiros norte de Sergipe e do baixo São Francisco, foi um cidadão empreendedor que muito contribuiu para o desenvolvimento da agropecuária e, consequentemente, para a melhoria do nível sócio-econômico regional.
Recordo-me que ele era mencionado nas rodas de amigos e parentes com admiração pelo esmero que utilizava ao cuidar das pastagens na sua fazenda Brejinho. Foi grande produtor de leite e gado de corte contribuindo por muitos anos para o abastecimento dos mercados de Malhada dos Bois, Cedro de São João, São Francisco e Propriá. Verdadeiro partícipe no desenvolvimento da pecuária na medida em que introduziu novas raças de gado zebuíno e do gado com aptidão leiteira, como os da raça holandesa e girolanda. Perseguia sempre o objetivo de ampliar a produção, e a produtividade, tendo sido um importante multiplicador de técnicas mais aprimoradas para a época.
A admiração a este homem de grande visão se ampliava na medida em que era reconhecido também como um grande chefe de família, pois, com todo o envolvimento na vida do campo, não se descuidava da formação cultural dos seus filhos, sem medir esforços para proporcionar-lhes todo o investimento necessário para a garantia do acesso ao conhecimento na sua forma mais ampla. Certamente, nesta missão, teve a assessoria inconteste da sua esposa e companheira de todas as horas, da queridíssima por todos, da poetisa romântica, D. Anita.
Santo Agostinho disse: “A medida do amor é não ter medida”. Este amor desmedido que ele semeou, junto aos seus filhos e descendentes, à sua esposa, aos parentes e amigos, aos seus ideais, na forma peculiar de expressar-se, deixou em todos nós um legado a ser seguido pela forma espontânea e envolvido de misteriosa sabedoria.
João Augusto Guimarães Figueiredo
SEU MANECA - TRABALHO E ALEGRIA!
Falar de Manoel Gomes de Aguiar, seu Maneca do Brejinho , é falar de casa alegre, casa cheia de gente. Filhos genros, netos, sobrinhos, amigos de seu Maneca e de Dona Anita e amigos dos filhos deste casal muito especial.
Sempre que penso na minha adolescência e juventude lembro dos meus "Oásis" que se situavam no Brejinho, João Vieira e Cedro de São João.
Seu Maneca era um homem de muita disposição para trabalhar, mas sempre encontrava um motivo para festejar aniversários, formaturas e até a chegada de amigos em sua casa.Seu Maneca e D.dona Anita a todos recebiam com alegria e aquela mesa farta.
Era frequente chegar no Brejinho e ser recebido com um delicioso doce de caju e muito especialmente com um doce de leite com queijo em pedaços. E as fatadas ou pescarias.Tudo era motivo para festa e alegria!
De todas as festas, a que estive presente no Brejinho, a Festa da Formatura de Tonho foi a que mais me deixou lembranças inesquecíveis. Caçada de rã ao som de violão e cantorias às margens daquele riacho. A cozinha cheia de pessoas preparando os pratos e o sucesso eram as coxinhas de rã fritas e a fritada de rã, pratos especiais para esperar o doutor.
O baile e os comes e bebes foram até altas horas da Madrugada.
Seu Maneca sempre alegre, mas, como um homem de bem e responsável, circulando de vez em quando para cuidar da moçada, especialmente das moças.
Tinha um zelo muito grande pelas filhas dos parentes e amigos que se hospedavam em sua casa e se orgulhava de dizer” cuido das filhas dos meus amigos e parentes como cuido de minhas filhas..”
Chegar ao Brejinho e sair sem fazer uma farta refeição era uma ofensa para Seu Maneca e Dona Anita e. esta hospitalidade, era também dispensada aos que iam ao Brejinho tratar de negócios, ou trabalhar como por exemplo: seu Antonio de Idelfonso, pintor de casas do povoado Poço dos Bois.
No cuidado com os animais ele também tinha seus dotes especiais.
Lembro-me de certa vez, uma de suas vacas ficara doente e seu Maneca com Marizete e eu tentando salvar a vaca que tinha uma obstrução intestinal, dando purgativos e aplicando lavagem intestinal.
Seu Maneca e dona Anita estavam sempre de casa cheia e a todos recebiam com muito calor humano e alegria.
E o Natal em Poço dos Bois e a festa de Rei em São Francisco e, aos sábados, ir passear em Própria! Todos estes passeios eram uma alegria!
Certa vez ele foi a Maceió comprar um gado e nos levou junto. Eu, Marizete, Roza e Adilson de seu João Gomes de Aguiar, que era seu motorista especial. Enquanto ele ia cuidar dos negócios dizia para a moçada: "Vão Passear meus filhos, vão conhecer Maceió."
Realmente foi a primeira vez que estive em Maceió e foi uma viagem muito divertida e durante a viagem ele nos pedia para cantarmos.
Roza querida, aí está um pouco de minha saudade de vocês, de seus pais na fazenda e da Fazenda Brejinho.
"Ainda hoje, quando vou a Poço dos Bois, ao passar em Muribeca, começo a cuidar para avistar São Francisco e Brejinho."
Maria Nazaré Melo
Porto Alegre,
A CORAGEM DESTE HOMEM É INCOMENSURÁVEL!
Falar de tio Maneca é falar da nossa própria existência. Nos criamos ouvindo sempre nossos pais cantarem em prosa e verso os nomes dos Tios MANECA DO BREJINHO e ANITA, casal sempre reverenciado em nossa casa como pessoas marcantes nas nossas vidas. MANOEL GOMES DE AGUIAR, homem de personalidade marcante, acostumado com o árduo trabalho do campo, com uma ampla visão de futuro, incentivando desde de cedo seus filhos aos estudos, dedicando todos os seus esforços para a formação destes. A exemplo disto, temos esta familia vitoriosa, graças aos seus ensinamentos, que têm sido passado para netos e bisnetos.
Qual o neto ou bisneto que não tenha ouvido falar do Homem MANECA DO BREJINHO, com sua Honestidade, Lealdade e Honradez? “Aquilo que é dito, tem que ser feito, tem que ser cumprido, não precisa estar escrito. A palavra do homem deve ser honrada a qualquer custo”. Sempre ouvi estes ensinamentos do Tio MANECA. Para nós, filhos de Eurípedes Teles, a coragem deste homem é incomensurável. Não temeu nem as represálias do Exercito Brasileiro, para defender o sobrinho (papai), numa fase da qual temos muita história para contar. Daí ter afirmado que TIO MANECA e TIA ANITA, sempre foram lembrados em nossa casa, desde a nossa infância, como pessoas marcantes em nossas vidas. Com o desaparecimento precoce de papai, vivenciamos, mais uma vez, de forma contundente, a presença de TIO MANECA. Apoiando a mamãe, viúva com treze filhos. Passamos a frequentar o Brejinho e a conhecer mais de perto este ídolo. Fase esta em que não dá para deixar de lembrar o carinho com que ele recebia sobrinhos e netos, participando dos banhos no riacho, onde ele mandava fazer barragens para formar verdadeiras piscinas para o deleite da família; os jogos de futebol, em que o time do Brejinho, formado pelos familiares, tinha que ser o melhor, tendo ele sempre como técnico e maior torcedor. As histórias são infindáveis. Infelizmente não nasci com o dom de escrever para expressar, com clareza, tudo que representou este Grande Homem, MANOEL GOMES DE AGUIAR, porém, guardo, no fundo do meu coração, a admiração, o respeito e o orgulho de ser um dos seus inúmeros sobrinhos. PARABENS pelo seu CENTENÁRIO DE NASCIMENTO e que no Plano Espiritual esteja sempre a nos guiar. Tenho certeza que Deus reservou um lugar especial para este casal "MANECA E ANITA", por tudo de bom que fez aqui na Terra.
Do Sobrinho
Eurípedes Teles de Meneses Júnior
Aracaju,12/05/2009
FELICIDADE A PARTIR DO SIMPLES
Manoel Gomes de Aguiar, tio Maneca, exemplo de força física, inteligência, determinação e felicidade a partir do simples; talvez ninguém mais do que eu tenha o observado, admirado e aprendido tanto. Meus sinceros agradecimentos. Aracaju, 10/05/2009 Dr. Jorge Gontrant Torres de Menezes.
HOMENAGEM DOS FILHOS E NETOS E BISNETOS
REMINISCÊNCIAS DE PAPAI
14 de maio de 2009 é marcado pelo centenário de nascimento de papai, Manoel Gomes de Aguiar "Maneca".
Eu sendo a filha mais velha, viva, aos 74 anos, fico feliz em poder relatar algumas passagens interessantes que, às vezes, nem todos os filhos conhecem.
Papai foi um homem muito trabalhador, honesto, verdadeiro, caridoso, simples, bom filho, marido, pai amigo e, acima de tudo, temente a Deus, tinha muita fé. Certa ocasião, eu estava tirando capim com ele às margens do riacho, quando dei um corte fundo no dedo, que ainda hoje tenho a cicatriz; quando vi muito sangue gritei: chega papai, ele chegou rápido e disse: “coloque a mão dentro d'água” e começou a rezar; em instantes, o sangue estancou. Eu tinha tanta fé em papai que uma vez sonhei levando um tiro e na agonia dizia: se papai chegar, eu não morro.
Ele também, na parte laboral, confiava muito em mim, dizia sempre que estando com "Beroca", como me chamava, estava com dez homens.
Papai, no tempo de criança, foi muito levado. Minha vó contava que quando ele aprontava na escola, ela queria dar um corretivo nele, ele subia em uma árvore; quando ela se descuidava, ele descia, saia correndo até o povoado Bananeiras, ficava na casa de tia Bela e de lá ia até a Passagem para a casa da tia
Conceição, onde a brincadeira dele era mergulhar no tanque da bomba da Fábrica de tecidos, para tirar lama do fundo.
Ele me dizia que era campeão de mergulho e de queda de braço.
Papai, já rapaz, foi trabalhar na Cotinguiba com tropa de burros, transportando mel cabaú para os alambiques, onde só ele colocava a borracha em cima do animal, sem sujar o peito, dizia ser o campeão. Depois foi trabalhar com carroça de bois transportando cana para as Usinas, em Laranjeiras. Os afro-descendentes derrubavam, com rezas, os cabeçalhos das carroças dos outros carreiros, mas das carroças dele, não. Quando se aproximavam , diziam: passe "meu branco", papai agradecia e ia embora sorrindo.
Papai, já coroa, tinha um carreiro por nome Genésio (ainda vivo) e Sr. Romeu tinha outro chamado Negro velho. Eles eram um pouco intrigados. Então, papai mandou Genésio ir comprar uma carrada de cal, quando ele vinha subindo a rua do Brejinho (Malhada dos Bois), onde o negro velho morava, a carroça enganchou no limpo, nem pra frente, nem pra trás. Genésio pelejou, pelejou, e nada; ele mandou o ajudante chamar papai; quando papai chegou soltou a dianteira, subiu na carroça e os quatro bois saíram a galope subindo a ladeira, ai papai disse: “Genésio, você é menino”; Negro Velho está lhe judiando.
Eu sendo a filha mais velha, viva, aos 74 anos, fico feliz em poder relatar algumas passagens interessantes que, às vezes, nem todos os filhos conhecem.
Papai foi um homem muito trabalhador, honesto, verdadeiro, caridoso, simples, bom filho, marido, pai amigo e, acima de tudo, temente a Deus, tinha muita fé. Certa ocasião, eu estava tirando capim com ele às margens do riacho, quando dei um corte fundo no dedo, que ainda hoje tenho a cicatriz; quando vi muito sangue gritei: chega papai, ele chegou rápido e disse: “coloque a mão dentro d'água” e começou a rezar; em instantes, o sangue estancou. Eu tinha tanta fé em papai que uma vez sonhei levando um tiro e na agonia dizia: se papai chegar, eu não morro.
Ele também, na parte laboral, confiava muito em mim, dizia sempre que estando com "Beroca", como me chamava, estava com dez homens.
Papai, no tempo de criança, foi muito levado. Minha vó contava que quando ele aprontava na escola, ela queria dar um corretivo nele, ele subia em uma árvore; quando ela se descuidava, ele descia, saia correndo até o povoado Bananeiras, ficava na casa de tia Bela e de lá ia até a Passagem para a casa da tia
Conceição, onde a brincadeira dele era mergulhar no tanque da bomba da Fábrica de tecidos, para tirar lama do fundo.
Ele me dizia que era campeão de mergulho e de queda de braço.
Papai, já rapaz, foi trabalhar na Cotinguiba com tropa de burros, transportando mel cabaú para os alambiques, onde só ele colocava a borracha em cima do animal, sem sujar o peito, dizia ser o campeão. Depois foi trabalhar com carroça de bois transportando cana para as Usinas, em Laranjeiras. Os afro-descendentes derrubavam, com rezas, os cabeçalhos das carroças dos outros carreiros, mas das carroças dele, não. Quando se aproximavam , diziam: passe "meu branco", papai agradecia e ia embora sorrindo.
Papai, já coroa, tinha um carreiro por nome Genésio (ainda vivo) e Sr. Romeu tinha outro chamado Negro velho. Eles eram um pouco intrigados. Então, papai mandou Genésio ir comprar uma carrada de cal, quando ele vinha subindo a rua do Brejinho (Malhada dos Bois), onde o negro velho morava, a carroça enganchou no limpo, nem pra frente, nem pra trás. Genésio pelejou, pelejou, e nada; ele mandou o ajudante chamar papai; quando papai chegou soltou a dianteira, subiu na carroça e os quatro bois saíram a galope subindo a ladeira, ai papai disse: “Genésio, você é menino”; Negro Velho está lhe judiando.
Papai, apesar de ter estudado pouco, era muito a favor do estudo. Empregou todos os meios para que nós, filhos, estudássemos.Tinha o maior gosto de ter um filho médico,"operador". Dizia ele, “a doença está dentro, mas se o médico não tirar, não adianta”; o desejo dele foi realizado, embora por pouco tempo.
Papai era caprichoso e gostava de desafios. Mamãe dizia que ele era de mania; quando começava com uma coisa ia longe. Ele gostava muito de cavalos bons. Quando ouvia dizer que um cavalo dele apanhou de outro, na corrida ou na passada, ele comprava o vencedor, custasse o que custasse. Eu me lembro da coleção de cavalos dele e andei muito neles todos. Tomei uma queda de Veleiro que ainda hoje tenho a cicatriz na cabeça. Além de Veleiro, tinha Veloz, Vesúvio,Violento,Ventania e Pensamento; este último era o cavalo que papai viajava para Propriá, para nos visitar, quando estávamos morando lá, para estudar. Papai dizia que nunca encontrou a parelha dele, então ia aposentá-lo porque, uma égua não paria outro igual.
Voltando ao assunto de mania, papai dizia que água apanhada no mesmo dia fazia mal a ele. Mas mamãe, muito inteligente, descobriu que era psicológico; se ele não soubesse que a água era do mesmo dia, não fazia mal algum.
Papai, depois do acidente que o deixou praticamente inválido, não sabia mais contar seus casos, mas sempre viveu conformado com a situação, rezando e chamando por Deus. Ninguém nunca ouviu papai blasfemar.
Continue meu pai no Reino de Deus, esperando por nós.
Sua Filha: Maria José Aguiar Silva (Teté)
Lagarto/SE 05/05/09.
HOMEM DE PULSO FORTE E DECISÕES EQUILIBRADAS
Voltando ao assunto de mania, papai dizia que água apanhada no mesmo dia fazia mal a ele. Mas mamãe, muito inteligente, descobriu que era psicológico; se ele não soubesse que a água era do mesmo dia, não fazia mal algum.
Papai, depois do acidente que o deixou praticamente inválido, não sabia mais contar seus casos, mas sempre viveu conformado com a situação, rezando e chamando por Deus. Ninguém nunca ouviu papai blasfemar.
Continue meu pai no Reino de Deus, esperando por nós.
Sua Filha: Maria José Aguiar Silva (Teté)
Lagarto/SE 05/05/09.
Para homenagear MANOEL GOMES DE AGUIAR, deixo aqui um trecho da poesia de Casimiro de Abreu "Meus oito anos".."oh que saudades que tenho,da aurora da minha vida,da minha infância querida que os anos não trazem mais.Que amor,que sonho que flores,naquelas tardes fagueiras,a sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais"........assim é que mais me recordo de meu pai.....tinha pouco tempo para ficar conosco porque o trabalho o absorvia de tal forma que só chegava em casa pra dormir.Todavia,do pouco tempo de que dispunha, nos abraçava, abençoava e nos dava beijos estalados...como outros já disseram e faço minhas as palavras de todos,era um homem de pulso forte e de decisões equilibradas,e não admitia atos excusos nem pra se defender...Honrado e respeitado por todos os que o conheceram e como diz o ditado"morre o homem e fica a fama” e sua fama permanece até hoje como de” um homem de bem”.Lutei muito tentando vencer as minhas dificuldades.....viúva ainda jovem tive que me desdobrar pra criar e educar os meus filhos e hoje muito me orgulho,quando conheço alguém das antigas que me apresenta a outrem e ouço esta explicação" é Marizete,filha de Maneca do Brejinho"...e, ainda por cima, há poucos dias ouvi uma amigo dizer...........este é Cesar de Marizete filha de Maneca. Essa é a identidade maior dos filhos deste homem que ora é homenageado....Recordo-me que amigos nos encontram e dizem "estas são as meninas de seu Maneca".....já todas cinquentonas.....sessentonas e até setentonas.......Eu sempre tive tanta confiança nele que gostava de dizer: meu pai estando comigo sei que não morrerei.... Excelente pai, esposo,tio, avo,irmão, amigo tudo mais. Não se furtava a fazer o bem a todos que o procuravam...Lembro-me que,quando alguém era preso,um familiar vinha correndo pedir-lhe pra mandar soltar e ele apurava a causa e promovia a soltura, sem mesmo ir a Delegacia....Foi grande chefe político sem nunca se candidatar a cargo algum..,Muito religioso sempre nos ensinou lindas orações....Ao lado de minha mãe nos educou da melhor forma possível enfrentando grandes sacrifícios.Se hoje valemos algo, devemos muito aos nossos pais que nos guiaram pelos caminhos tortuosos da vida, incutindo em todos o respeito a dignidade e honradez..... Meus parabéns a todos que se manifestarem sobre Manoel Gomes de Aguiar, o nosso Maneca... Enfim...feliz de quem o conheceu e privou de sua amizade.. Parabéns a FAMILIA AGUIAR, por ter sido gerada por esse honrado casal...MANECA E ANITA!!!
Marizete Nascimento Aguiar Dinizio.
MEU PAI TE AMAREI ETERNAMENTE
Meu pai, apesar de ser um homem rude, foi muito amoroso com os filhos e netos e com todas as pessoas ao seu redor.
Eu só posso falar muito bem do meu pai, pois ele me adorava por eu ser a caçula das filhas mulheres.
Convivi muitos anos com meu pai; mesmo depois de casada, passei mais de um ano jantando na casa dele. Só depois que nasceu Maísa, minha primeira filha, é que eu fiquei mais em casa. Mas todas as terças-feiras, sábados e domingos eu ia almoçar na casa dele, levando minha filha bem pequena.
Meus pais foram muito bons comigo. Até hoje guardo os bons exemplos que recebi deles, e como estamos homenageando meu pai, não poderia esquecer de dizer que ele mimava muito minhas filhas pequenas, Maísa e Marília, e é por isso que guardo muitas fotos delas com o avô.
Eu nunca me esqueço dos repetidos beijos que papai nos dava. Ele foi um guerreiro, lutou muito para educar a gente e só não se formou quem não quis. Por essa razão, hoje, devo a meu pai tudo o que sou.
Minha mãe se orgulhava porque meu pai, nos quase 50 anos de casado, nunca havia dormido fora de casa.
Meu pai foi uma pessoa infinitamente especial em minha vida. Não há palavras que expressem tanto sentimento Por isso, só tenho a dizer, entre lágrimas: “Meu pai, te amarei eternamente.”
Maria Anita Nascimento Aguiar Santana
Aracaju, 08 de maio de 2009
MANECA- Centenário de Nascimento
14/05/2009
Depois de ler o que escreveram sobre meu pai, Manoel Gomes, belas palavras por sinal, e o pedido de Roza por algumas linhas em homenagem ao seu centenário de nascimento, 14/05/2009, me vir na “obrigação” de deixar minha simples homenagem a ele. Sendo eu, dos filhos, que menos tempo tive o privilégio da sua companhia, fui recompensado por uma atenção, mimo, proteção e carinho elevado por parte dele, chegando ao extremo de um dia em presença de minha esposa e filhos meu pai dizer, “Meu filho foi muito bom ser seu pai por este tempo e agora é muito bom me sentir seu filho”. Meu pai foi um trabalhador. Honrado trabalhador. O fruto do seu trabalho permitiu-lhe muitas coisas: uma mesa sempre farta, filhos educados, casa própria, uma vida digna e, sobretudo, respeito dos vizinhos, dos amigos e dos parentes. Ele estava sempre disposto a ajudar o parente, o amigo. E fazia com amor e dedicação extrema. Lembro uma frase de meu pai, dentre muitas, que passei para os meus filhos, “Só quero ter o que possa servir aos amigos, se não for assim, prefiro não possuir”.
Ele foi menino, mas não conheceu infância, foi jovem, porem não teve adolescência, para ele o trabalho era seu divertimento. Com o crescimento dos filhos ele se deu ao “luxo” de aprender a jogar damas, três setes e posteriormente buraco, que veio a ser seu vicio. Falando em vícios, como eu, meu pai se viciava com facilidade; melhoral, balas de mel, folha de laranjeira e um dos mais interessantes, caçar cobras.
Não conheceu academia. Teve pouca escola além da vida, que tudo lhe ensinou. Mas foi, para mim, um grande professor. Com ele aprendi valores que me guiaram até aqui. Com ele aprendi que a simplicidade também pode ser uma virtude e que há coisas que não valem seu preço porque só nos trazem falsas ilusões. E, acima de tudo, ele me ensinou a grandeza do trabalho, a nobreza do caráter e a riqueza da honestidade.
Meu pai, pouco estudou, mas muito aprendeu. Que pouco tinha, mas muito deixou. Que pouco falava, mas muito sentia. Que investiu tudo o que podia para fazer dos seus não apenas pessoas educadas, mas, e principalmente, homens e mulheres de bem. Quisera ter tido mais tempo ao lado dele, mas o pouco que tive agradeço a Deus de todo coração. Desculpe papai se não fui tudo que imaginou que eu pudesse ter sido, mas o que sou devo muito ao senhor, e tenho muito orgulho quando, ainda hoje, os mais velhos dizem é Manno filho de Seu Maneca Aguiar.
Manoel Luis do Nascimento Aguiar.
M AGNÂNIMO
A MIGO
N OBRE
E XCEPCIONAL
C ONSELHEIRO
A COLHEDOR
A DMIRAVÉL
G RANDIOSO
U NICO
I NCOMPARAVÉL
A MOROSO
R EENCARNADO, vivendo presente em todos os momentos da minha vida. te amo meu querido avô, pai, mãe ...........
Anita Fatima Aguiar.
MANECA, HOMEM VALENTE E DE FÉ
Também como parte da família de MANOEL GOMES DE AGUIAR, “SEU MANECA”, tenho a honra de fazer uma simbólica homenagem a este grande homem:
Ao lado de sua esposa, “DONA ANITA”, viu a chegada dos seus filhos, que lhe proporcionaram grandes alegrias, como também dos seus netos e posteriormente de seus bisnetos, e assim, viu sua descendência aflorar.
Um homem que se mostrou valente, e além de tudo, corajoso diante da vida e de seus desafios. Pois, desde pequeno já desafiava a vida, tocando carros de bois caminhos afora, deste modo, conseguiu nos marcar em sua brilhante trajetória.
“SEU MANECA” dedicou boa parte de sua vida aos seus familiares, ensinando-lhes sempre a honestidade, a honra e principalmente a verdade. Seus princípios, seu caráter e seu lado religioso, foram seguidos por todos. Quero ressaltar seus ensinamentos religiosos e sua FÉ, pois, atribuo a eles a graça da cura da minha neta e sobrinha de muitos, MARIA LUIZA. Assim, para mim, foi o meu avô, de quem levo comigo todos os seus ensinamentos.
Maria Anita Cardoso Aguiar.
HOMENAGEM??????
Eu costumo dizer que “triste de quem passou por minha vida e não deixou saudade, por que eu não lembro”. Ele passou, ele deixou. Lembro de cada dia, cada situação, cada novidade que ele inventava, cada coisa que ele fazia, cada preocupação que nos dava, cada, cada, cada.....
Os “peste, peste, peste”, os “Ave Maria”, os “cuidado minha filha” e outras frases que ele gostava de dizer, continuam soando em minha mente como se fossem ontem. Lembro de tudo.
Cada volta que ele dava dentro de casa, da sala para o quarto, contadas (às vezes chegavam a 100) e se benzendo em frente ao piano onde encontravam-se a foto de Dona Anita e uma imagem de Sagrado Coração de Jesus era acompanhada com oração para a família não importando de quantas pessoas ele lembrasse. E não adiantava mandar sentar. Só quando acabassem as orações. Aí sim, sentava. Naquela mesa.... Naquele mesmo canto... Naquela mesma cadeira.... Com aquele mesmo olhar perdido. Nunca descobri o que tanto pensava. Nunca teve coragem de me dizer o que tanto o deixava assim. E por respeito ou quem sabe, por covardia, nunca me atrevi a perguntar.
Ficava ali. Às vezes na janela, a olhar o nada. Sempre na esperança de que alguém aparecesse. Para qualquer coisa. Podia ser para jogar, conversar ou até mesmo para vê-lo cochilar. O importante é estivessem ali. Mas bastava passar uma estudante do Graccho ou uma pessoa qualquer para tirá-lo do seu devaneio. Voltava a ser o velhinho da janela. Voltava a desejar “Deus lhe abençoe, Deus lhe acompanhe”.
Talvez alguém tenha do que se queixar. Talvez alguém tenha uma lembrança ruim. Ele nunca foi nem nunca quis ser perfeito. Ele sempre foi e continuará a ser apenas e simplesmente o Maneca do Brejinho. Todos já disseram muito dele. E quem sou eu para conseguir em palavras, define-lo. Bastou-me ser sua nora, sua filha adotiva em seus últimos anos de vida. Isso me basta. Isso me gratifica. Isso já é tudo.
Se hoje pudesse dizer-lhe alguma coisa só diria: “Deixa que eu te ame em silêncio. Não pergunte, não se explique. Deixa que eu te ame sem palavras a não ser aquelas que na lembrança ficarão pulsando para sempre como se amor e vida fossem um discurso de impronunciáveis emoções...”
Pois assim foi Seu Maneca. Que Deus o mantenha ao Seu lado.
Sua filha, Detinha
CENTENÁRIO DE MANOEL GOMES DE AGUIAR
Nesta data (14.05.09) em que comemoramos com muito orgulho o centenário de vovô Maneca , tenho a indescritível satisfação de transmitir aos mais novos, que não tiveram a oportunidade de desfrutar do seu convívio , alguns dos traços de sua personalidade que mais me chamaram a atenção:
Homem de fé - tinha oração para quase tudo, para deter hemorragia, curar doenças e até para fechar o corpo contra agressões. Curou-se de uma enxaqueca que o atormentara por muito tempo, numa santa missão conduzida por frei Damião.
Homem de força – na sua juventude campeão imbatível de pega de braço – conta-se que uma certa vez tentou segurar um boi pelo rabo,o boi tentou saltar o riacho ele apoiou o pé na ribanceira, quando o boi saltou, seu rabo ficou.
Homem de palavra - para ele ,não era não e sim era sim, não havia meio termo, sua palavra dada tinha força de lei . Por exemplo, quando dava o preço de uma novilha , no olho, não gostava de ser contestado . Lembro-me , certa vez ,meu avô dizendo : pode pesar se der menos do que estou dizendo a novilha é sua ,não precisa me pagar nada.
Cumpridor dos deveres – não gostava de dever, costumava pagar antecipadamente os empréstimos bancários tão logo colhia os frutos da safra, para não ficar com aquela obrigação pendente .
Homem de coragem – não tinha medo de nada, não lhe faltava disposição para enfrentar viesse o que viesse.
Homem de muita resistência - tinha saúde e disposição para e enfrentar o batente, quer fizesse sol ou chuva. . Quando adoecia não gemia. Uma certa feita, eu ainda criança, quando acompanhava atentamente meu avô costurando uma cela havendo se furado com a “sovela” (instrumento usado para perfurar couros) continuou trabalhando como se nada tivesse acontecido, parecia que ele era imune à dor. Tempos depois, já formado em medicina, acompanhei-o para extrair um sinal no rosto em um hospital de Aracaju. Lembro-me que quando o efeito da anestesia estava se extinguindo, a anestesista lhe perguntou se estava doendo ele disse que não, mas eu observei no monitor que o seu coração estava acelerado e disse para medica reforçar a anestesia por que meu avo não costumava reclamar de dor.
Pouco estudo e muita sabedoria - sabia solucionar tudo que aprecia no seu âmbito de atuação. Na sua área de trabalho era um verdadeiro doutor, dava gosto ver a inteligência e o desembaraço como resolvida as coisas da sua fazenda e dos outros.
Resignado com suas perdas, em todas soube enfrentar o seu sofrimento sem reclamar, nem blasfemar . Era um homem de profundo respeito a Deus e suas leis que nos orgulha lembrar e que continua sendo um referencial em termos de comportamento humano a ser louvado e respeitado por toda a sua família e quiçá pela sociedade em geral Parabéns vovô Maneca !
Seu neto que continua lhe admirando cada vez mais
Luizinho (Luis Hermínio)
VOVÔ MANECA IMAGEM DE CARINHO!
Primeira bisneta Carla Raquel!!
Vovô Maneca Escrevo de Baltimore dos Estados Unidos da América com um coração de avô distante, porém não separado dos meus netos, para falar sobre meu avô Maneca.
Na minha adolescência tive uma doença inflamatória e deformante na coluna vertebral, que me impedia até de caminhar.Esta doença ficou completamente manifesta após um jogo do Baixão com a Bananeira em que o time do Baixão ganhou,na Bananeira, com a dupla de ataque formado por mim e Alonso. Com poucos minutos eu não conseguia correr e cheguei no Brejinho já com febre, seguida de calafrios. Mamãe encaminhou o diagnóstico e tratamento, que comecei em Salvador, na companhia de meu pai, com antibióticos e um colete que usei por um ano.
Fui proibido de atividades físicas, inclusive cavalgar. Na época, Vovô estava sem carro. Várias vezes ele ia me esperar, no asfalto próximo da Bananeira, com um animal selado, tão manso e seguro, que podia transportar com segurança, um neto proibido de cavalgar. Meu avô para mim é e sempre será a imagem deste carinho. Um carinho sempre presente, que através de mim, dos meus filhos e netos permanece para sempre.
Baltimore,13/05/2009
Manuel Hermínio de Aguiar Oliveira
CARREGO O SANGUE DE UM GUERREIRO
Moro no Paraná e em razão disso infelizmente não tive muitos momentos com o Vô Maneca. A distância nos privou da convivência valiosa. Lembro-me que quando tinha seis anos fomos de carro (Eu, meu pai, minha mãe e meu irmão) até Sergipe e, quando estávamos chegando no Brejinho, avistamos um senhor com enxada nas mãos, trabalhando sob o sol.Meu pai falou “aquele é seu Avô” e apertou a buzina. Vô Maneca levanta a cabeça, reconhece o filho Tonho, solta o instrumento de trabalho, acena com veemência e corre para nos encontrar.Assim fui apresentada aos meus avós paternos e naquele momento conheci algo diferente. É difícil descrever.Senti o olhar de ternura, um carinho sem fim externado por um abraço forte e um "cheiro" demorado.Não posso ocultar que a princípio estranhei tamanho aconchego porque eu me sentia uma estranha.A casa era linda - Rosa com detalhes brancos, grande, uma varanda gostosa, muitas janelas.Aos poucos consegui perceber que ali naquela casa o "CHEIRO" era dado ou tomado a todo instante.
Era tão diferente do que eu estava acostumada. Sempre fui muito distante. Sem muitas demonstrações de carinho e ali as demonstrações eram fartas para todos que ali chegassem. Ficava olhando de soslaio a forma natural dos meus primos se acercarem dos meus avós e tios, o carinho, o amor, a delicadeza com que falavam entre si e sentia uma ponta de ciúme por não conseguir me expressar da mesma forma. Eu achava tão lindo!Nossa! E a mesa? Quanta comida gostosa. O olhar da Vó Nita sorrindo com orgulho quando meu pai tirava uma enorme fatia de Cuscuz e passava manteiga nos mostrando como podíamos comer aquela iguaria que também podia ser com ovos, ou leite, carne de sol talvez.
De manhã cedinho o milho sendo ralado, tapioca, quanta novidade!
E os cavalos? Tinha o Dois de Ouro (O único que eu me lembro o nome) que era do meu primo Eugênio, mas haviam outros. AHHH!, que delícia! Vô Maneca nos ajudando a montar e abençoando a nossa cavalgada. Um dia, o meu cavalo disparou. Quase caí. Que susto!Lembro-me da voz mansa do vô Maneca conversando com meu pai e eu no cantinho espiando. Quando ele percebeu a minha presença ele disse: Chegue aqui minha filha, venha me dar um cheiro. É assim que eu me lembro do Vô Maneca. Tenho muito orgulho de descender deste homem Sábio, de carregar o sangue de um Guerreiro e de poder seguir o exemplo do Pai e Avô que nos deixou saudades eternas. Silvana Carraro Aguiar
Curitiba,10/05/2008
VOVÔ MANECA – DOUTOURADO EM HONRADEZ
Tive a oportunidade de conviver com ele durante grande parte de minha infância e juventude, quando logo que entrava de férias viajava para a Fazenda Brejinho, onde pude aprender muitos ensinamentos e lições de vida, e construir o berço da minha vida. Figura marcante que se não tinha muita instrução, tinha muito vontade de proporcionar felicidade, trabalho e a união de todos. Tinha o seu estandarte a figura de nossa querida avó Anita, e reconheço que meu pai Luiz Alves lhe permitiu concretizar seus sonhos de expansão de suas terras, sempre gerando empregos para os trabalhadores da região; era bonito, nas tardes das sextas-feiras ver a frente da fazenda repleta dos trabalhadores a receber seus salários, e sempre remédios, para sanar doenças de seus familiares. Nunca vi um funcionário seu reclamar por maus tratos ou por questões trabalhistas, apesar de reconhecer sua rigidez e energia que imprimia junto aos seus trabalhadores, primos e filhos, pois primava pela qualidade das ações. Queria que a carroça encostasse ao máximo no degrau para que todos desembarcassem bem próximo ao mesmo,Trabalho, trabalho, trabalho! Nunca conheci alguém que trabalhasse mais do que Seu Maneca!, como era conhecido por todos. Não tinha feriado, domingo, chuva, que lhe impedisse de trabalhar; doença nem falar, era difícil vê-lo doente, exceto quando tinha a enxaqueca provocada pelos fumantes. Convivi com ele algumas de suas manias: o baralho, a dama, as balinhas, o copo de martini, a novela, o futebol, onde somente aí divergíamos, pois ele torcia pelo Sergipe, mas com o respeito total pela nossa predileção. Respeito, outra palavra de ordem de Seu Maneca; nunca o vi faltar com o respeito, ou admitir que alguém desrespeitasse o outro. Firmeza, e um senso de equilíbrio que mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida, passava para todos um conformismo com as adversidades da vida, e isto foi importante para que a família pudesse enfrentar algumas perdas inesquecíveis. Sempre nos passava uma vontade de que todos estivessem com ele, e se preocupava em dar a proteção a todos, com suas orações ao se deitar. Passou para todos nós o sentimento de que tudo era possível com fé, muita altivez e cabeça erguida; nunca o via esmorecer e sempre estava a nos estimular, e nos cobrar o melhor possível, como era com nosso time de futebol; ele sempre cobrava de mim, para partir para cima dos adversários, mesmo reconhecendo que meu porte físico não era o ideal; a época era o Carlinhos, o Carlitinho da Vóvó Anita, mas com seu grito de guerra, nos levava a fazer gols e ganhar os jogos; alias, ele nunca queria perder, e buscava SEMPRE SER UM VENCEDOR!
É com essa frase final, bastante emocionado, que guardo a imagem de meu avô, na certeza de que ele mereceria mais do que essas palavras: uma tese de doutorado do aprendizado de honradez, trabalho e amor ao próximo; mas tenho fé em deus e acredito que nossa querida tia Roza vai nos proporcionar um livro desse grande homem, como diria meu saudoso pai Luiz Alves!Salve o centenário de Manoel Gomes de Aguiar, seu Maneca do Brejinho!
Carlos Hermínio e família
Aracaju,12 de maio de 2009
UM TESTEMUNHO DE ESPIRITUALIDADE
Tia Roza...não poderia deixar de falar algo sobre o meu avô nesta homenagem ao seu centenário de nascimento,vez que fui um dos netos que assistiu os últimos momentos de sua passagem aqui na terra.
Falar sobre o homem, Sr.Maneca,muitos falaram e eu concordo com todos,mas desejo falar um pouco sobre Maneca,o espírito,o que presenciei em seus últimos diálogos antes de nos deixar e ir para a eternidade.
Muito bonito e emocionante:
Ele estava sem falar há uns dias e,de repente, me pede para chamar os filhos os quais ele ia abençoando um a um e fazendo algumas recomendações.Estavam todos filhos, netos e amigos em sua casa mas inha mãe acabara de sair para ir em casa trocar de roupas.Ele abençoou a todos e disse:”E cadê Marizete? Respondi-lhe: Ela foi em casa.
Ele saiu do ar e todos chorando e exclamando que ele havia morrido...de repente, ele volta a si e perguntei-lhe o que havia acontecido, e ele me disse que tinha feito uma viagem ao outro mundo. Perguntei-lhe ainda o que foi fazer lá e o que viu, se encontrou os nossos parentes falecidos. Ele respondeu que lá ninguém conhece ninguém, todos são vestidos de branco e que é tudo muito bonito e que tudo lá é festa. Perguntei ainda qual a razão da viagem e ele me disse que o dia dele estava chegando e foi ver tudo lá como era...neste momento ele se calou e começou a orar...todos nos acalmamos e ele adormeceu...
Tres dias depois, ele volta a acordar e diz :”Chame Mano” e todos deles nos aproximamo,ele fez algumas recomendações e, sempre orando, ele nos deixou e foi em busca de Deus..
Estes momentos pra mim foram marcantes e jamais os esquecerei.
Beijos. Helder
CENTENÁRIO DE "UM SUPER-HOMEM"
Não poderia deixar de fazer um comentário breve sobre o Centenario de "UM SUPER-HOMEM", principalmente porque tenho a honra de residir onde ele e D.Anita deram inicio a uma história de sucesso. Por uma dessas coisas da vida herdei dele,meu avô, toda uma história política que começou com minha mãe Marizete,sua filha,que foi eleita prefeita,sendo a primeira mulher em Sergipe e uma das primeiras no Brasil a ocupar este cargo,mostrando assim toda a sua influência e força política na sua cidade e região do baixo S.Francisco,e que, por conta disso,hoje fui eleito prefeito para um segundo mandato.
Sempre que encontro com um de seus melhores amigos, o Mestre Raimundo,enciclopédia viva da historia de meu avô que ora recebe esta homenagem,fico horas e horas ouvindo ele contar as passagens da vida de Seu Maneca, e só assim é possível entender o porque de um homem construir tamanho nome.
O Assentamento MANOEL GOMES DE AGUIAR é o reconhecimento de uma população a um homem trabalhador que muito fez pela agricultura e pecuária em nosso município.
Parabéns a tia Roza pela iniciativa de prestarmos esta merecida homenagem ao meu avô Maneca. Augusto César
VOVÔ MANECA, SÉRIO E ESPIRITUOSO!
"Com Deus eu me deito, Com Deus eu me levanto, Com os poderes de Deus, E do divino Espírito Santo. Nossa Senhora Santana, Me cubra com o vosso divino manto. Bem coberto serei, Não terei medo nem pavor. E se a morte me chamar, E eu não puder falar, Meu coração me diga três vezes: Jesus para me remir, Jesus para me salvar. Meu Deus eu vou me deitar E não sei Senhor se será esta a última noite para mim. E a cruz que nela morreu,
Chegue-se para mim, Amém".
É com essa oração impressa em meu coração, ensinada por vovô Maneca, que quero homenageá-lo em seu centenário. Homem de muita fé, que fazia eu me sentir segura de todos os perigos, ao lado dele. Além de manifestar a presença forte de Deus, manifestava também o seu lado, viril e carinhoso beijando-nos repetidas vezes com sua barba ainda por fazer. Acho que por isso, determinou o estilo do homem que o meu coração viria escolher: claro, vermelho, alto, viçoso e carinhoso como ele... ah! esqueci, e um tanto rude!
Saudades da pasta de documentos dele cheia de balas de aniz, escondida atrás da porta do quarto, que Gera (Geraldo de tia Teca) nos fazia o grande favor de roubá-las para nós; das demoradas partidas de buraco que ele, pacientemente, ensinava a cada um de nós o segredo da arte! Detalhe: não suportava jogar com gente burra! Das respostas que dava para vovó: Mulher comeu carne de porco hoje, que tá tão enjoada? mesmo a gente notando que a amava tanto! Sério e espirituoso, duro e amoroso, do campo e tão moderno, são estes contrastes que deixaram sua
marca em mim. Beijo grande, da sua neta Angélica Hermínia
A ESSÊNCIA DE UM SER TÃO ESPECIAL
Era tão diferente do que eu estava acostumada. Sempre fui muito distante. Sem muitas demonstrações de carinho e ali as demonstrações eram fartas para todos que ali chegassem. Ficava olhando de soslaio a forma natural dos meus primos se acercarem dos meus avós e tios, o carinho, o amor, a delicadeza com que falavam entre si e sentia uma ponta de ciúme por não conseguir me expressar da mesma forma. Eu achava tão lindo!Nossa! E a mesa? Quanta comida gostosa. O olhar da Vó Nita sorrindo com orgulho quando meu pai tirava uma enorme fatia de Cuscuz e passava manteiga nos mostrando como podíamos comer aquela iguaria que também podia ser com ovos, ou leite, carne de sol talvez.
De manhã cedinho o milho sendo ralado, tapioca, quanta novidade!
E os cavalos? Tinha o Dois de Ouro (O único que eu me lembro o nome) que era do meu primo Eugênio, mas haviam outros. AHHH!, que delícia! Vô Maneca nos ajudando a montar e abençoando a nossa cavalgada. Um dia, o meu cavalo disparou. Quase caí. Que susto!Lembro-me da voz mansa do vô Maneca conversando com meu pai e eu no cantinho espiando. Quando ele percebeu a minha presença ele disse: Chegue aqui minha filha, venha me dar um cheiro. É assim que eu me lembro do Vô Maneca. Tenho muito orgulho de descender deste homem Sábio, de carregar o sangue de um Guerreiro e de poder seguir o exemplo do Pai e Avô que nos deixou saudades eternas. Silvana Carraro Aguiar
Curitiba,10/05/2008
VOVÔ MANECA – DOUTOURADO EM HONRADEZ
Tive a oportunidade de conviver com ele durante grande parte de minha infância e juventude, quando logo que entrava de férias viajava para a Fazenda Brejinho, onde pude aprender muitos ensinamentos e lições de vida, e construir o berço da minha vida. Figura marcante que se não tinha muita instrução, tinha muito vontade de proporcionar felicidade, trabalho e a união de todos. Tinha o seu estandarte a figura de nossa querida avó Anita, e reconheço que meu pai Luiz Alves lhe permitiu concretizar seus sonhos de expansão de suas terras, sempre gerando empregos para os trabalhadores da região; era bonito, nas tardes das sextas-feiras ver a frente da fazenda repleta dos trabalhadores a receber seus salários, e sempre remédios, para sanar doenças de seus familiares. Nunca vi um funcionário seu reclamar por maus tratos ou por questões trabalhistas, apesar de reconhecer sua rigidez e energia que imprimia junto aos seus trabalhadores, primos e filhos, pois primava pela qualidade das ações. Queria que a carroça encostasse ao máximo no degrau para que todos desembarcassem bem próximo ao mesmo,Trabalho, trabalho, trabalho! Nunca conheci alguém que trabalhasse mais do que Seu Maneca!, como era conhecido por todos. Não tinha feriado, domingo, chuva, que lhe impedisse de trabalhar; doença nem falar, era difícil vê-lo doente, exceto quando tinha a enxaqueca provocada pelos fumantes. Convivi com ele algumas de suas manias: o baralho, a dama, as balinhas, o copo de martini, a novela, o futebol, onde somente aí divergíamos, pois ele torcia pelo Sergipe, mas com o respeito total pela nossa predileção. Respeito, outra palavra de ordem de Seu Maneca; nunca o vi faltar com o respeito, ou admitir que alguém desrespeitasse o outro. Firmeza, e um senso de equilíbrio que mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida, passava para todos um conformismo com as adversidades da vida, e isto foi importante para que a família pudesse enfrentar algumas perdas inesquecíveis. Sempre nos passava uma vontade de que todos estivessem com ele, e se preocupava em dar a proteção a todos, com suas orações ao se deitar. Passou para todos nós o sentimento de que tudo era possível com fé, muita altivez e cabeça erguida; nunca o via esmorecer e sempre estava a nos estimular, e nos cobrar o melhor possível, como era com nosso time de futebol; ele sempre cobrava de mim, para partir para cima dos adversários, mesmo reconhecendo que meu porte físico não era o ideal; a época era o Carlinhos, o Carlitinho da Vóvó Anita, mas com seu grito de guerra, nos levava a fazer gols e ganhar os jogos; alias, ele nunca queria perder, e buscava SEMPRE SER UM VENCEDOR!
É com essa frase final, bastante emocionado, que guardo a imagem de meu avô, na certeza de que ele mereceria mais do que essas palavras: uma tese de doutorado do aprendizado de honradez, trabalho e amor ao próximo; mas tenho fé em deus e acredito que nossa querida tia Roza vai nos proporcionar um livro desse grande homem, como diria meu saudoso pai Luiz Alves!Salve o centenário de Manoel Gomes de Aguiar, seu Maneca do Brejinho!
Carlos Hermínio e família
Aracaju,12 de maio de 2009
UM TESTEMUNHO DE ESPIRITUALIDADE
Tia Roza...não poderia deixar de falar algo sobre o meu avô nesta homenagem ao seu centenário de nascimento,vez que fui um dos netos que assistiu os últimos momentos de sua passagem aqui na terra.
Falar sobre o homem, Sr.Maneca,muitos falaram e eu concordo com todos,mas desejo falar um pouco sobre Maneca,o espírito,o que presenciei em seus últimos diálogos antes de nos deixar e ir para a eternidade.
Muito bonito e emocionante:
Ele estava sem falar há uns dias e,de repente, me pede para chamar os filhos os quais ele ia abençoando um a um e fazendo algumas recomendações.Estavam todos filhos, netos e amigos em sua casa mas inha mãe acabara de sair para ir em casa trocar de roupas.Ele abençoou a todos e disse:”E cadê Marizete? Respondi-lhe: Ela foi em casa.
Ele saiu do ar e todos chorando e exclamando que ele havia morrido...de repente, ele volta a si e perguntei-lhe o que havia acontecido, e ele me disse que tinha feito uma viagem ao outro mundo. Perguntei-lhe ainda o que foi fazer lá e o que viu, se encontrou os nossos parentes falecidos. Ele respondeu que lá ninguém conhece ninguém, todos são vestidos de branco e que é tudo muito bonito e que tudo lá é festa. Perguntei ainda qual a razão da viagem e ele me disse que o dia dele estava chegando e foi ver tudo lá como era...neste momento ele se calou e começou a orar...todos nos acalmamos e ele adormeceu...
Tres dias depois, ele volta a acordar e diz :”Chame Mano” e todos deles nos aproximamo,ele fez algumas recomendações e, sempre orando, ele nos deixou e foi em busca de Deus..
Estes momentos pra mim foram marcantes e jamais os esquecerei.
Beijos. Helder
CENTENÁRIO DE "UM SUPER-HOMEM"
Não poderia deixar de fazer um comentário breve sobre o Centenario de "UM SUPER-HOMEM", principalmente porque tenho a honra de residir onde ele e D.Anita deram inicio a uma história de sucesso. Por uma dessas coisas da vida herdei dele,meu avô, toda uma história política que começou com minha mãe Marizete,sua filha,que foi eleita prefeita,sendo a primeira mulher em Sergipe e uma das primeiras no Brasil a ocupar este cargo,mostrando assim toda a sua influência e força política na sua cidade e região do baixo S.Francisco,e que, por conta disso,hoje fui eleito prefeito para um segundo mandato.
Sempre que encontro com um de seus melhores amigos, o Mestre Raimundo,enciclopédia viva da historia de meu avô que ora recebe esta homenagem,fico horas e horas ouvindo ele contar as passagens da vida de Seu Maneca, e só assim é possível entender o porque de um homem construir tamanho nome.
O Assentamento MANOEL GOMES DE AGUIAR é o reconhecimento de uma população a um homem trabalhador que muito fez pela agricultura e pecuária em nosso município.
Parabéns a tia Roza pela iniciativa de prestarmos esta merecida homenagem ao meu avô Maneca. Augusto César
VOVÔ MANECA, SÉRIO E ESPIRITUOSO!
"Com Deus eu me deito, Com Deus eu me levanto, Com os poderes de Deus, E do divino Espírito Santo. Nossa Senhora Santana, Me cubra com o vosso divino manto. Bem coberto serei, Não terei medo nem pavor. E se a morte me chamar, E eu não puder falar, Meu coração me diga três vezes: Jesus para me remir, Jesus para me salvar. Meu Deus eu vou me deitar E não sei Senhor se será esta a última noite para mim. E a cruz que nela morreu,
Chegue-se para mim, Amém".
É com essa oração impressa em meu coração, ensinada por vovô Maneca, que quero homenageá-lo em seu centenário. Homem de muita fé, que fazia eu me sentir segura de todos os perigos, ao lado dele. Além de manifestar a presença forte de Deus, manifestava também o seu lado, viril e carinhoso beijando-nos repetidas vezes com sua barba ainda por fazer. Acho que por isso, determinou o estilo do homem que o meu coração viria escolher: claro, vermelho, alto, viçoso e carinhoso como ele... ah! esqueci, e um tanto rude!
Saudades da pasta de documentos dele cheia de balas de aniz, escondida atrás da porta do quarto, que Gera (Geraldo de tia Teca) nos fazia o grande favor de roubá-las para nós; das demoradas partidas de buraco que ele, pacientemente, ensinava a cada um de nós o segredo da arte! Detalhe: não suportava jogar com gente burra! Das respostas que dava para vovó: Mulher comeu carne de porco hoje, que tá tão enjoada? mesmo a gente notando que a amava tanto! Sério e espirituoso, duro e amoroso, do campo e tão moderno, são estes contrastes que deixaram sua
marca em mim. Beijo grande, da sua neta Angélica Hermínia
A ESSÊNCIA DE UM SER TÃO ESPECIAL
Registrar a essência de um ser tão especial , sublimar a sensação de passado com a certeza que a saudade é o amor que fica e desfrutar eternamente das virtudes humanas que nele pudemos aportar .
Manoel Gomes Aguiar eu me rendo a memória de seus beijos estalados e nunca em número menor que 10,rápidos repetitivos mas tão singelos ,tão únicos que serviam a todos com distinção e sem preferências, sinalizavam o sentido do amor ,da graça , da cordialidade , da afabilidade com isenção.
Sentir o frescor das cajazeiras e saber que ele as acompanhava pelo cheiro .Comprovar a bravura modesta do enfrentamento da vida cotidiana em suas cavalgadas diárias , no lidar com cobras ,na fumaça dos pastos,na lida com os animais .
A intimidade com a vida do gado , o respeito a seus rítmos ,ele nos convidava a acompanhar a hora do gado descansar, a hora do leite, a hora do pasto e do curral e nesse rítmo diário inspirava-nos o sagrado .
O seu sono prévio a refeição ,seu jeito simples e acolhedor ao receber a Idefonso para pintar seu banheiro,seu sentar na varanda com a amada para ver as estrelas, seu torcer pelas vitórias de seu time no rádio; e se dar o direito de jogar buraco ensinar sobre a dedicação , a paciência e o cuidado de não se deixar passar um oito ,um sete , uma carta do mesmo naipe ,para que não se abrisse mão das cartas estratégicas de sucesso e advertia que para quem se descuida se é real o desejo de permanecer no jogo.
Vovô as férias para nós significava "O Brejinho "; o aconchego de vovó ,a fartura do seu abraço , a tarefa , e o viver entregue, o dois de ouro de Carlitinho para Geninho, para Euripinho , e a carroça, os cajueiros.
Quão sólida a sua relação com meu pai ,como se admiravam se reer enciavam,eram cúmplices em seus modos diferentes de ser e de agir eram complementares no príncipio ativo de DEUS.
O prazer da minha mãe em lhe servir, em lhe cuidar comprovava quão precioso era para ela e para o meu pai este grande Homem .
É isso aí ...Como a gente achou que ia ser ... A vida tão simples é boa...Quase sempre...EU não sei para de te olhar, não vou parar ...a ponto de ver seus ancestrais...nos seus traços... A ponto de ver a estrada.... Eu quero estar viva e permanecer ;Te olhando profundamente."É isso aí..Eu não me canso de olhar...É isso aí ...Há quem acredite em milagres...Há quem cometa bondades...Há quem saiba dizer a verdade...É isso aí um vendedor de flores ...Ensinar seus filhos a escolher seus amores...
Com certeza vovô é este amor que tudo abraça .PEÇAMOS AS BENÇÃOS DE TODO O PAI GENEROSO COM O FILHO BONDOSO ,como nos ensinou a rezar , a agradecer , a curar e ter fé nas horas difíceis. Geninha, Afrinha ,Geninho e Deinha como por vezes ainda nos recordamos de sermos chamados.
UMA PASSAGEM MARCANTE:
A Vovô Maneca minha GRATIDÃO, Amor eterno . Naquele dia, em vez de visitar Vovô ao anoitecer, organizei as tarefas e no final de manhã, cheguei na casa dele. Mano estava na sala com alguém.
Como sempre fazia, beijei suas mãos e disse: A benção, Vovô. Ele cheirando o dorso das minhas acenou: Deus lhe abençoe.
Ficamos alguns minutos em silêncio, de olhos fechados. De repente em tom alto me perguntou: - Cadê Mano? - Chame ele aí....
Quando Mano entrou no quarto com Chiquinho, Vovô disse: vamos rezar. E começou com a oração da noite que todos aprendemos no Brejinho: "Com Deus eu me deito com Deus eu me levanto, com os poderes de Deus e do Divino Espírito Santo. Nossa Senhora Santana me cubra com vosso Divino Manto, bem coberto serei, não terei medo, nem pavor. Se a morte me chamar e eu não puder falar meu coração me diga três vezes: Jesus para me remir, jesus para me salvar, meu Deus eu vou me deitar, mas não sei Senhor se será esta a última noite para mim. A Cruz de Nosso Senhor Jusus Cristo esteja sobre mim e aquele que nela morreu chegue-se a mim. Amém" .
Enquanto rezávamos Vovô se foi: Ao dar o último e forte suspiro, ergeu seus braços para cima e era como se sua alma estivesse sendo levada para o Ceu... - Adeus Vovô ..... . - Que dádiva compartilhar do seu derradeiro ato de fé,.
Anete Hermínia Oliveira Pereira
11/05/2009
VOVÔ MANECA
Como dizia um mestre semelhante ao senhor :" A verdade fala no silêncio e se revela invisivelmente" ( Aurobindo )A verdade é que eu o amo do fundo do meu coração, com toda a minha alma, com todo o meu espírito!Não é possível neste momento falar textualmente da imensidão dessa nossa vivência amorosa .Porque estou mergulhada numa profunda emoção,mas como falei na sua despedida,- essas lágrimas, vovô, não são de desespero...
Representam a dor da perda da sua presença, e também a emoção ao constatar o grande mistério do sofrimento cujo testemunho o senhor nos deu, mostrando a todos nós como se vencem as tormentas . Assim, nos reuniu em torno de seu leito, rezou com todos nós e nos abençoou incessantemente com todo carinho que sempre brotava do seu rude, mas grandioso coração! Deste coração sofrido, que escondido dentro daquele corpo cansado e emagrecido pela doença, não cansava de expressar a grandeza de sua alma sempre rezando e abençoando-nos, sem proferir sequer uma palavra de desespero...
Muito obrigada vovô, pelo seu testemunho de amor, fé e dignidade espiritual nos últimos dias de vida!
O senhor que foi o grande MANECA de dona Anita e do Brejinho, o grande mestre, o pai amável dos seus próprios filhos e dos humildes e necessitados, o amigo infalível e que foi avô doçura, só doçura, é hoje também o filho de Deus, nos braços de Maria.
Muito obrigada, Meu Deus, pelo meu avô!
Agradeço a DEUS a sua existência, a de minha avó Anita, de minha mãe e de todos os seussua neta Anitinha. (Anita Hermínia Oliveira Souza)
PARA MEU QUERIDO AVÔ MANECA!!
Nos meus quinze anos ele se fez o meu presente eternizando esta data.
Meu querido avô Maneca ainda está muito vivo nas minhas lembranças e sobretudo na minha memória. Apesar da vida muito rude, ele era um homem extremamente amável que a todos acarinhava com seus abraços, cheiros e beijos estalados!!!!! Tinha um enorme prazer em ver sua casa repleta de netos, familiares, amigos e trabalhadores. Era um homem trabalhador, de muita fé, honra, dignidade e convicções próprias. Sua ternura era infinita, temperada com seu gênio forte, que foi cantado em verso e prosa sua querida esposa, também amada, vovó Anita em seu poema:
PARA VIVER FELIZ... 16.01.1977
Quando dizemos a verdade,
É com orgulho e sem medo,
Para dividir com os outros
Um pouco do nosso segredo.
Fui muito feliz nesta vida
Junto a meus pais e irmãos,
Tudo o que desejava tinha,
De ninguém recebia carão.
...
Não me queixo do meu marido,
Pois ele é correto, fiel e leal,
Trabalha só para família
E isso é bastante legal.
Amoroso com os filhos
E bom comigo também,
Tem muitas qualidades boas
Que poucas pessoas têm.
Mas sempre a natureza
Tem um ponto a castigar,
Pois a um ente tão bom,
Ninguém pode aconselhar,
Porque ele só faz o que quer,
É este seu grande defeito
Então deixamos à sua vontade
Para vivermos satisfeitos.
É este seu grande defeito
Então deixamos à sua vontade
Para vivermos satisfeitos.
The end!
Maria Anita Nascimento Aguiar
“É tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer a gente vá. É tão bonito quando a gente sente que nunca estar sozinho por mais que pense estar. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas!!!!!! É maravilhoso ser sua neta!!! E trazer comigo todos os dengos e valioso exemplo de Vovô Maneca!!
Te amo vovô! Sua eterna benção, Ana Hermínia
REFERÊNCIA INESQUECÍVEL DA MINHA INFÂNCIA
Lena... Certamente está cantando junto com ele...
Vai boiadeiro que a noite já vemGuarda o teu gado e vai pra junto do teu bemDe manhazinha quando eu sigo pela estrada Minha boiada pra invernada eu vou levarQuantas cabeças? é muito pouco é quase nada! mas não tem outras mais bonitas no lugar
Vai boiadeiro que o dia já vem Leva o teu gado e vai pensando no teu bem De tardezinha quando eu venho pela estrada A fiarada ta todinha a me esperarSão dez fiinha é muito pouco é quase nada mas não tem outros mais bonitos no lugarVai boiadeiro que a tarde já vem Leva o teu gado e vai pensando no teu bemE quando eu chego na cancela da moradaMinha Rosinha (Leninha) vem correndo me abraçarÉ pequenina é miudinha é quase nada mas não tem mais bonita no lugarVai boiadeiro que a noite já vemGuarda o teu gado e vai pra junto do teu bem!!!!!
...Tenho certeza que alquimia e amor de Vovô Maneca e Lena estão perpetuados!!
De Alaíde Hermínia parceira eterna de Vovô Maneca:
Meu super heróiforte abundante e amorosoReferência inesquecível da minha infância:Homem,pai,avô.Como papai sempre o denominou :um grande homem.Te amo sempre na minha memória.Alaíde Hermínia
SEMPRE ESTEVE AO MEU LADO EM TODOS MEUS MOMENTOS
Vovô Maneca, se o sol de cada manhã pudesse me acordar, se a brisa do vento batesse em meu rosto e a lua quisesse esconder-se de mim, mesmo assim eu saberia que você estava comigo porque ao me ensinar a viver e ao mostrar-me como eu deveria comportar-me até no montar em um cavalo eu saberia erguer-me e segurar -me e eu nunca cairia porque você sempre esteve ao meu lado em todos meus momentos.
Te amo!
Sua neta Aldete Herminia.
SR. MANECA, SAUDADE EXISTE...
“É tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer a gente vá. É tão bonito quando a gente sente que nunca estar sozinho por mais que pense estar. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas!!!!!! É maravilhoso ser sua neta!!! E trazer comigo todos os dengos e valioso exemplo de Vovô Maneca!!
Te amo vovô! Sua eterna benção, Ana Hermínia
REFERÊNCIA INESQUECÍVEL DA MINHA INFÂNCIA
Lena... Certamente está cantando junto com ele...
Vai boiadeiro que a noite já vemGuarda o teu gado e vai pra junto do teu bemDe manhazinha quando eu sigo pela estrada Minha boiada pra invernada eu vou levarQuantas cabeças? é muito pouco é quase nada! mas não tem outras mais bonitas no lugar
Vai boiadeiro que o dia já vem Leva o teu gado e vai pensando no teu bem De tardezinha quando eu venho pela estrada A fiarada ta todinha a me esperarSão dez fiinha é muito pouco é quase nada mas não tem outros mais bonitos no lugarVai boiadeiro que a tarde já vem Leva o teu gado e vai pensando no teu bemE quando eu chego na cancela da moradaMinha Rosinha (Leninha) vem correndo me abraçarÉ pequenina é miudinha é quase nada mas não tem mais bonita no lugarVai boiadeiro que a noite já vemGuarda o teu gado e vai pra junto do teu bem!!!!!
...Tenho certeza que alquimia e amor de Vovô Maneca e Lena estão perpetuados!!
De Alaíde Hermínia parceira eterna de Vovô Maneca:
Meu super heróiforte abundante e amorosoReferência inesquecível da minha infância:Homem,pai,avô.Como papai sempre o denominou :um grande homem.Te amo sempre na minha memória.Alaíde Hermínia
SEMPRE ESTEVE AO MEU LADO EM TODOS MEUS MOMENTOS
Vovô Maneca, se o sol de cada manhã pudesse me acordar, se a brisa do vento batesse em meu rosto e a lua quisesse esconder-se de mim, mesmo assim eu saberia que você estava comigo porque ao me ensinar a viver e ao mostrar-me como eu deveria comportar-me até no montar em um cavalo eu saberia erguer-me e segurar -me e eu nunca cairia porque você sempre esteve ao meu lado em todos meus momentos.
Te amo!
Sua neta Aldete Herminia.
SR. MANECA, SAUDADE EXISTE...
Aos meus lindos, concorridos e malucos quase trinta anos, eu vivi muito. Não o suficiente, mas muito. Conheci várias pessoas, estive em diversos lugares, vi centenas de coisas e vivi algumas aventuras. No entanto, em meio aos altos e baixos, que são capazes de transformar minha vida numa montanha-russa, existem fatos e pessoas que não passaram, e sim permanecem em minha mente.
Fico boquiaberta com a mentalidade do ser humano. Como me surpreende a capacidade de esquecer ou memorizar. São pequenos detalhes que fazem o diferencial no decorrer de nossa história e pode alterar no rumo que tomaremos. Um desses detalhes, aliás, um não, o maior de todos esses ensaios de felicidade que eu, como boa católica, vivo fazendo no meu dia-a-dia na busca da eternidade ao lado de Deus, foi o fato de ser neta. Ser e estar filha, sobrinha, amiga, prima, madrinha, afilhada, colega também é bom, mas gratificante mesmo é ser neta. Gratificante é a certeza de saber que fui amada por aquele que me presenteou com um dos meus maiores tesouros: o meu pai, Manno.
Como fico feliz ao lembrar de minhas manhãs iniciadas com um doce “minha flor, bom dia! Vamos comer?” à janela do meu quarto. Recordo da quantidade de vezes em que acordava, escondia o rosto e ficava esperando sua voz me chamar para tomar café. Era um despertador infalível. O meu “cuco” personalizado.
Enquanto vagueio por minhas singelas lembranças, consigo correr ao encontro dos seus braços só para receber seus estalados e incessantes beijos em minha cabeça. Ainda sinto a mesma emoção de outrora. Lembro do prazer que eu tinha em sentar à mesa só para ouvi-lo contar os “causos” por você vivenciados. Alguns verídicos, outros exagerados, alguns vividos, outros inventados. Mas eu só queria ter o deleite de sua companhia. Queria apenas me perder nos livros da escola e me achar nas histórias de sua vida. Buscava somente absorver cada pedacinho de sabedoria que você tentava transmitir entre uma oração e outra. Tentava enganar minha mãe para não ir à escola, mas acabava ouvindo conselhos seus para me dedicar aos estudos e junto a eles fui descobrindo o que é saudade.
Saudade essa que não me permite esquecer a “carreira” que eu dava para casa quando o sino tocava anunciando o final das aulas só para almoçarmos juntos. Saudade essa que não me deixa esquecer o brilho que seu olhar tinha ao ver alguém acenando na rua um rápido e mecânico “Sr. Maneca”, ao que você respondia com carinho e encanto “Deus o abençoe e o acompanhe”. Como fui invejada por morar com um avô não só conhecido, mas querido por todos os meus amigos. Ah, saudade. Essa mesma saudade que enche meus olhos e coração de alegria ao pensar em você, amarga meus dias me fazendo cair na realidade de não poder abraçá-lo mais.
Ainda hoje passo pela famosa “casa da Avenida, aquela do Sr. Maneca” e consigo escutar a aspereza de suas mãos percorrendo as paredes e equilibrando seu cansado corpo numa admirável rotina do quarto à sala do piano, enquanto seus lábios sussurravam orações a Deus. Ainda posso vê-lo debruçado sobre a pele de coelho na janela, esperando que as pessoas notem sua presença ou se fazendo ser notado ao desejar bênçãos.
Por trás daquela cabecinha branca e daqueles óculos com armação preta, existia um homem duro na queda. Um ser humano que dava e exigia respeito. Eu bem sei, meu querido avô, o quanto o senhor prezava pelos bons costumes, respeito e educação.
Sabe, meu avô, mesmo com dez dicionários ao meu lado, eu não conseguiria dizer a importância de ser sua neta. Não existem palavras que traduzam a saudade que sinto neste momento. Confesso que não consigo segurar as lágrimas que insistem em molhar minha face marcada pela profunda tristeza que sua ausência me proporciona.
É, meu amado avô, saudade existe. Quando meus olhos de menina curiosa viram, pela porta entreaberta do quarto, seu corpo recostado de forma que sua visão chegasse à do meu pai e suas mãos as deles tocassem, e seus lábios pronunciaram pela última vez o Pai-Nosso, eu descobri o que saudade quer dizer. Saudade existe e, usando de uma filosofia sem nexo, em meu peito passou a se chamar Maneca naquele dia.
Hoje tenho apenas lembranças e saudade. Mas em meu peito jamais se apagará o que sinto por você. Você foi, é e será sempre lembrado. Essa “minha flor” com pétalas de “estalados e incessantes” beijos, jamais murchará em meus ouvidos ou em meu coração. Eu o amo muito.
Sua eterna flor,
Nenelle
MEU AVÔ, UMA LIÇÃO DE VIDA!
Sei que todos esperam um longo texto nas nossas homenagens. Queremos deixar as mais belas palavras para eternidade, mostrá-las aos nossos netos e bisnetos. No entanto, devemos lembrar que as mais belas frases podem ser ditas com o mínimo de palavras, por exemplo, “Amo você”, “obrigada por existir”, “sou feliz”...
Já foram ditas muitas palavras no decorrer deste tributo. Expressões que me deixaram muito emocionada e, que trouxeram a tona lembranças de uma época que não mais voltará. Entretanto, também nunca será esquecida, e servirá sempre como uma grande e bela lição para todos nós. E, se depender desta família, passada sempre a diante através dos “idosos contando 'causos'”, como disse minha irmã, Nenelle.
Tudo que posso falar de meu avô é que ele foi a melhor pessoa que conheci. Sabia amar com seu jeito rude e grosseiro que os mais velhos conheceram e com a delicadeza dada aos mais novos. Ensinou aos seus filhos e netos o que era a vida e que ela não era feita apenas de sonhos, mais também de suas buscas e realizações. Sempre rezava por todos. Nunca esquecia ninguém. Seu maior prazer era, após muitos anos já vivendo doente em casa, sua família. Se um filho não fosse lá, já perguntava o porquê, se aconteceu algo.
Tive o privilégio de morar com ele. De passar poucos, porém inesquecíveis momentos naquela casa. De sorrir com ele, de chorar por alguma besteira e ser abraçada por ele, de brincar e até mesmo estudar com ele, e, o mais importante, de ser acariciada com os seus repetitivos beijos na cabeça. Beijos esses que se tornaram sua marca registrada.
Em fim, para resumir em poucas palavras o que foi aquele tempo para nós, deixo um pensamento que gosto muito.
“Existem momentos que nunca serão apagados, pessoas que nunca serão esquecidas, pois a vida não vale um momento, mas sim momentos que valem por uma vida.” (Desconhecido)
Em uma palavra: SAUDADE!
Anita Danielle Aguiar
VOVÔ ME DAVA CHUVA DE BEIJOS
Falar do meu avô Maneca não é tarefa fácil. Mas vou tentar, vamos lá!! Como morava próximo, bastava ter uma horinha livre para ir à casa do meu avô. Recordo-me que na maioria das vezes o avistava de longe, na janela da sala, onde ele sempre estava. Quando não estava na janela, estava sentado em uma das cabeceiras da mesa, já da porta eu via, com a "molinha" (era assim que eu chamava aquele objeto que ele segurava) em suas mãos, aquele senhor com a cabeça toda branquinha, sempre com um rosto sereno e pronto para receber todos que ali chegavam.
Lembro-me carinhosamente da chuva de beijos que ganhava, eu já chegava "dando" minha cabeça para receber aquele carinho inigualável. Foram poucos anos convivendo com esse homem, mas o pouco tempo que tive pude conferir de perto o que minha mãe falava dele.
Eu sabia que por trás daquele senhor, que a mim parecia tão frágil, tinha um homem forte, batalhador, trabalhador, inteligente, que deu sua vida por sua esposa, filhos e netos, que deu amor e ensinou a todos o verdadeiro sentido da vida. Eu sabia que aquele velhinho também tinha nos deixado pessoas tão parecidas com ele, mas só hoje pude fazer a relação do que minha mãe falava e como as pessoas parecem realmente com ele. Tia Niu, "braba" como ele. Tio Manno, batalhador como o próprio. Tia Roza, tão carinhosa quanto êle, até "damos" a cabeça para ela nos beijar. Tia Marizete, uma guerreira. Tia Teté, quietinha, me faz lembrar muito ele, sempre o vi muito centrado. Tia Neném, era uma mãezona, queria todos por perto. Tio Zezé, um homem forte e muito e muito afável. Minha mãe, Maria do Carmo Aguiar, deu a vida por mim, como vovô deu por seus filhos. E, durante esses anos pude também receber o amor, levar broncas, conhecer e participar um pouco da sua vida, além de demonstrar todo amor que sentia, e que ainda sinto, por aquele velhinho que ficará para
sempre na minha lembrança.
Anita Aguiar Neta ( Anitinha)
MEU AVO ERA UM GUERREIRO!
Apesar de não ter convivido tanto com meu avô, sei o quanto batalhador ele foi. Homem trabalhador, honesto, que lutou até o fim para criar seus filhos e netos nos caminhos certos.
Meu avô foi muito especial e deixou marcas por onde passou. Até hoje, minha mãe nos fala dos ensinamentos que ele nos deixou.
Eu era muito pequena quando ele se foi, mas pela quantidade de fotos que mainha tirou, imagino o quanto ele nos amava e mimava. Muitas eram as pessoas que o admiravam...pelo seu caráter e sua força. Gostaria de tê-lo conhecido melhor, mas pelas palavras e depoimentos de outras pessoas sei que foi um grande homem.
Por fim, como sei que meu avô era guerreiro e corajoso, deixo uma mensagem final, qual seja: “Não tenhas medo dos confrontos. Até os planetas se chocam, e, do caos, nascem as estrelas”. Vovô, eu te amo.
Maísa Aguiar Santana
EU AMO MUITO VOVÔ!
Vovô, 4 letras inesquecíveis! Sinto muita falta de vovô, porque quando o conheci eu era muito pequenininha, queria ter retribuído todo o carinho que recebi dele!Mas mesmo assim sinto a sua presença em todos os meus momentos:de alegria e tristeza, me protegendo sempre!
Seguirei e carregarei sempre em meu coração,seu bom exemplo de luta,trabalho e honestidade! EU O AMO MUITO VOVÔ!!!
Ass: sua netinha e fã n°01
Marília Aguiar Santana
OLHAR FORTE E PENETRANTE
Exemplo fidedigno da hombridade humana, eis MANECA AGUIAR.!
Representante fiel do homem em que o menino deve se tornar, um bom pai, um bom marido, um bom filho, um bom avô, um bom bisavô, um bom amigo enfim um bom companheiro. MANECA AGUIAR exemplo de dignidade, honradez, humildade, coragem, fidelidade, ética, perseverança.
Por traz de traços rudes e másculos, um avô beijoqueiro e carinhoso que encantava e acalentava com seus doces beijinhos na testa, suas palavras sábias e oportunas afagavam e acalmavam o coração, seu olhar forte e penetrante nos dizia o que as palavras não podiam apresentar. Aqueles que não acreditam na imortalidade não conheceram MANECA AGUIAR, pois ele vive no coração daqueles que o amavam traduzindo-se numa sublime lembrança de fortaleza, amor e esperança.
Michelle de Aguiar Braz
Bisneta de Maneca Aguiar
Aracaju,12/05/2009
TE AMO VOVÔ
"Quando penso em meu avô Maneca, lembro-me daqueles dias que ao sair da escola, olhavámos do portão do colégio para a janela da casa de vovô em busca daquele homem de cabelos brancos, cheio de vida, rico em experiências e conquistas, rude e ao mesmo tempo tão carinhoso. Que saudade eu sinto da sua bênção ao final da aula, dos inúmeros cheiros que eu recebia na cabeça e das histórias que nos contava, os quais tornavam o nosso dia mais alegre. ""Vovô o senhor foi e é a profunda raiz dessa grande árvore que sempre está florescendo e doando à humanidade frutos maravilhosos."TE AMO VOVÔ
Carol Aguiar
Bisneta de Maneca Aguiar
HOMENAGEM A MANOEL GOMES DE AGUIAR
A vida de Manoel Gomes de Aguiar, meu tio e sogro, deve ver vista como um legado às gerações que o seguiram e que ele procurou apoiar e orientar com sua maneira simples e direta de pensar, agir e viver.
Duas correntes do pensamento científico procuram explicar o que determina o comportamento do ser humano. Uma delas afirma que o homem é o produto do meio em que vive; a outra, mais eclética e empírica, vê na genética a formação dos caracteres básicos que vão influenciar esse comportamento.
Aqui comento sobre a vida de Maneca do Brejinho; a vida de uma pessoa com o qual tive uma longa convivência, e assim posso afirmar que Seu Maneca, como também era conhecido, beneficiou-se das duas teses defendidas pelas correntes de pensamento científico acima mencionadas.
Senão vejamos: Seu Maneca nasceu em um povoado – Poço dos Bois, município de Cedro de São João, em Sergipe – onde as pessoas são dotadas de um estilo de educação primoroso, herdado dos seus antepassados, dos troncos familiares daquele povoado, no qual nasceram e viveram os seus pais Manoel Gomes de Novaes e Afra Amélia Aguiar.
Os pais de Seu Maneca viveram no tempo em que o mundo era eminentemente “rural” e se vivia no campo para produzir alimentos. Uma época em que as jornadas de trabalho chegavam a ultrapassar 13 horas por dia, utilizando-se o trabalho físico e quando as ferramentas de trabalho eram especificamente a foice, a enxada e tração a animal.
Portanto, Seu Maneca recebeu de seus pais os elementos genéticos básicos e a influência do ambiente de família e do local onde vivia que vão ajudar na construção de sua personalidade.
Assim, Maneca recebe de seus pais o “néctar” que usará no “cortiço” para construir com amor, trabalho e carinho o “mel” que oferecerá a seus familiares, à sua comunidade e a tantos quantos que com ele viriam a conviver.
Maneca Aguiar, Maneca do Brejinho ou simplesmente Maneca soube muito bem aproveitar tudo que se lhe foi oferecido pela vida, na construção de um caminho de retidão, coragem, amor, trabalho, muito trabalho e, acima de tudo fé.
No início da vida, junto aos seus pais e ao seu único e querido irmão João Gomes de Aguiar, outro homem de bem, dedicou-se ao campezinato de subsistência que se fazia na época, produzindo milho, feijão e criando gado, em pequena quantidade, para a produção de leite.
Daí para a frente, o homem de visão saiu em busca de novos horizontes, trabalhando como chamador-de-bois, carreiro de carro-de-bois e tocando comboio de burros, em viagens de transporte de mercadorias e mantimentos de locais e cidades bem distantes, para abastecer o comércio realizado pelas bodegas de seu povoado e adjacências. Viagens longas, cansativas e desgastantes mas, que sempre encorajavam o jovem e visionário Maneca a continuar, pois ele acreditava no futuro pelo trabalho e pronunciava sempre: “O homem que não trabalha na tem futuro”.
Agora Seu Maneca se divide entre a agricultura, o tocar os burros com mercadorias e transporte de algodão para a fábrica em Passagem (atual Neópolis) e, no período de corte de cana, ao transporte de cana no carro-de-boi para os engenhos e usinas de açúcar da Cotinguiba e regiões circunvizinhas. Nessa lida diária incansável seu Maneca se orgulhava de haver trabalhado como carreiro-de-bois, tendo ao seu lado um fiel amigo, o Sr. Raimundo José dos Santos, o “Mestre Raimundo”, que começou como seu chamador de bois quando ainda garoto, tornou-se respeitado carreiro e que o seguiu durante toda a sua vida, e passou a compor um integrante respeitado de sua família, juntamente com sua esposa e trabalhadora Mariazinha e filhos. “Mestre Raimundo”,que nasceu no mesmo dia que Maneca, hoje 14 de maio de 2009, ao completar 81 anos, ainda enche os olhos de lágrimas ao recordar a vida que viveu ao lado de seu grande amigo, Seu Maneca.
Nas viagens que empreendia com seu carro-de-bois para transportar cana-de-açúcar para as usinas na Região da Cotinguiba, conhece em Laranjeiras uma moça bonita pela qual se apaixona loucamente e que vem a ser a sua esposa, fiel confidente, braço forte em sua vida Essa moça é Maria Anita do Nascimento Aguiar...Anita, como a chamava docemente.
Maneca e Anita formam um casal que vai construir, ano a ano, uma família numerosa. Juntos iniciam a construção de um novo mundo familiar:filhos, netos, bisnetos, noras e genros passam a girar em torno dos dois que são vistos como ídolos pelo trabalho, pela luta, pela maneira carinhosa e pelo ombro amigo sempre disponível.
Muitas lutas, muitas conquistas porém, algumas perdas chegaram a comover fortemente o casal, mas a fé em Deus sempre cultivada na ambiente familiar foi capaz de fazer com que continuassem, Maneca e Anita, a fazer dos tombos alavanca para continuarem na luta.
Seu Maneca e Dona Anita construíram uma grande e importante família. Foram 11 filhos, muitos netos e bisnetos que continuam até hoje a seguir o exemplo deste casal que foi e é referência de luta, trabalho, honestidade e fé.
José Teles de Menezes Sobrinho – Zequinha
Fico boquiaberta com a mentalidade do ser humano. Como me surpreende a capacidade de esquecer ou memorizar. São pequenos detalhes que fazem o diferencial no decorrer de nossa história e pode alterar no rumo que tomaremos. Um desses detalhes, aliás, um não, o maior de todos esses ensaios de felicidade que eu, como boa católica, vivo fazendo no meu dia-a-dia na busca da eternidade ao lado de Deus, foi o fato de ser neta. Ser e estar filha, sobrinha, amiga, prima, madrinha, afilhada, colega também é bom, mas gratificante mesmo é ser neta. Gratificante é a certeza de saber que fui amada por aquele que me presenteou com um dos meus maiores tesouros: o meu pai, Manno.
Como fico feliz ao lembrar de minhas manhãs iniciadas com um doce “minha flor, bom dia! Vamos comer?” à janela do meu quarto. Recordo da quantidade de vezes em que acordava, escondia o rosto e ficava esperando sua voz me chamar para tomar café. Era um despertador infalível. O meu “cuco” personalizado.
Enquanto vagueio por minhas singelas lembranças, consigo correr ao encontro dos seus braços só para receber seus estalados e incessantes beijos em minha cabeça. Ainda sinto a mesma emoção de outrora. Lembro do prazer que eu tinha em sentar à mesa só para ouvi-lo contar os “causos” por você vivenciados. Alguns verídicos, outros exagerados, alguns vividos, outros inventados. Mas eu só queria ter o deleite de sua companhia. Queria apenas me perder nos livros da escola e me achar nas histórias de sua vida. Buscava somente absorver cada pedacinho de sabedoria que você tentava transmitir entre uma oração e outra. Tentava enganar minha mãe para não ir à escola, mas acabava ouvindo conselhos seus para me dedicar aos estudos e junto a eles fui descobrindo o que é saudade.
Saudade essa que não me permite esquecer a “carreira” que eu dava para casa quando o sino tocava anunciando o final das aulas só para almoçarmos juntos. Saudade essa que não me deixa esquecer o brilho que seu olhar tinha ao ver alguém acenando na rua um rápido e mecânico “Sr. Maneca”, ao que você respondia com carinho e encanto “Deus o abençoe e o acompanhe”. Como fui invejada por morar com um avô não só conhecido, mas querido por todos os meus amigos. Ah, saudade. Essa mesma saudade que enche meus olhos e coração de alegria ao pensar em você, amarga meus dias me fazendo cair na realidade de não poder abraçá-lo mais.
Ainda hoje passo pela famosa “casa da Avenida, aquela do Sr. Maneca” e consigo escutar a aspereza de suas mãos percorrendo as paredes e equilibrando seu cansado corpo numa admirável rotina do quarto à sala do piano, enquanto seus lábios sussurravam orações a Deus. Ainda posso vê-lo debruçado sobre a pele de coelho na janela, esperando que as pessoas notem sua presença ou se fazendo ser notado ao desejar bênçãos.
Por trás daquela cabecinha branca e daqueles óculos com armação preta, existia um homem duro na queda. Um ser humano que dava e exigia respeito. Eu bem sei, meu querido avô, o quanto o senhor prezava pelos bons costumes, respeito e educação.
Sabe, meu avô, mesmo com dez dicionários ao meu lado, eu não conseguiria dizer a importância de ser sua neta. Não existem palavras que traduzam a saudade que sinto neste momento. Confesso que não consigo segurar as lágrimas que insistem em molhar minha face marcada pela profunda tristeza que sua ausência me proporciona.
É, meu amado avô, saudade existe. Quando meus olhos de menina curiosa viram, pela porta entreaberta do quarto, seu corpo recostado de forma que sua visão chegasse à do meu pai e suas mãos as deles tocassem, e seus lábios pronunciaram pela última vez o Pai-Nosso, eu descobri o que saudade quer dizer. Saudade existe e, usando de uma filosofia sem nexo, em meu peito passou a se chamar Maneca naquele dia.
Hoje tenho apenas lembranças e saudade. Mas em meu peito jamais se apagará o que sinto por você. Você foi, é e será sempre lembrado. Essa “minha flor” com pétalas de “estalados e incessantes” beijos, jamais murchará em meus ouvidos ou em meu coração. Eu o amo muito.
Sua eterna flor,
Nenelle
MEU AVÔ, UMA LIÇÃO DE VIDA!
Sei que todos esperam um longo texto nas nossas homenagens. Queremos deixar as mais belas palavras para eternidade, mostrá-las aos nossos netos e bisnetos. No entanto, devemos lembrar que as mais belas frases podem ser ditas com o mínimo de palavras, por exemplo, “Amo você”, “obrigada por existir”, “sou feliz”...
Já foram ditas muitas palavras no decorrer deste tributo. Expressões que me deixaram muito emocionada e, que trouxeram a tona lembranças de uma época que não mais voltará. Entretanto, também nunca será esquecida, e servirá sempre como uma grande e bela lição para todos nós. E, se depender desta família, passada sempre a diante através dos “idosos contando 'causos'”, como disse minha irmã, Nenelle.
Tudo que posso falar de meu avô é que ele foi a melhor pessoa que conheci. Sabia amar com seu jeito rude e grosseiro que os mais velhos conheceram e com a delicadeza dada aos mais novos. Ensinou aos seus filhos e netos o que era a vida e que ela não era feita apenas de sonhos, mais também de suas buscas e realizações. Sempre rezava por todos. Nunca esquecia ninguém. Seu maior prazer era, após muitos anos já vivendo doente em casa, sua família. Se um filho não fosse lá, já perguntava o porquê, se aconteceu algo.
Tive o privilégio de morar com ele. De passar poucos, porém inesquecíveis momentos naquela casa. De sorrir com ele, de chorar por alguma besteira e ser abraçada por ele, de brincar e até mesmo estudar com ele, e, o mais importante, de ser acariciada com os seus repetitivos beijos na cabeça. Beijos esses que se tornaram sua marca registrada.
Em fim, para resumir em poucas palavras o que foi aquele tempo para nós, deixo um pensamento que gosto muito.
“Existem momentos que nunca serão apagados, pessoas que nunca serão esquecidas, pois a vida não vale um momento, mas sim momentos que valem por uma vida.” (Desconhecido)
Em uma palavra: SAUDADE!
Anita Danielle Aguiar
VOVÔ ME DAVA CHUVA DE BEIJOS
Falar do meu avô Maneca não é tarefa fácil. Mas vou tentar, vamos lá!! Como morava próximo, bastava ter uma horinha livre para ir à casa do meu avô. Recordo-me que na maioria das vezes o avistava de longe, na janela da sala, onde ele sempre estava. Quando não estava na janela, estava sentado em uma das cabeceiras da mesa, já da porta eu via, com a "molinha" (era assim que eu chamava aquele objeto que ele segurava) em suas mãos, aquele senhor com a cabeça toda branquinha, sempre com um rosto sereno e pronto para receber todos que ali chegavam.
Lembro-me carinhosamente da chuva de beijos que ganhava, eu já chegava "dando" minha cabeça para receber aquele carinho inigualável. Foram poucos anos convivendo com esse homem, mas o pouco tempo que tive pude conferir de perto o que minha mãe falava dele.
Eu sabia que por trás daquele senhor, que a mim parecia tão frágil, tinha um homem forte, batalhador, trabalhador, inteligente, que deu sua vida por sua esposa, filhos e netos, que deu amor e ensinou a todos o verdadeiro sentido da vida. Eu sabia que aquele velhinho também tinha nos deixado pessoas tão parecidas com ele, mas só hoje pude fazer a relação do que minha mãe falava e como as pessoas parecem realmente com ele. Tia Niu, "braba" como ele. Tio Manno, batalhador como o próprio. Tia Roza, tão carinhosa quanto êle, até "damos" a cabeça para ela nos beijar. Tia Marizete, uma guerreira. Tia Teté, quietinha, me faz lembrar muito ele, sempre o vi muito centrado. Tia Neném, era uma mãezona, queria todos por perto. Tio Zezé, um homem forte e muito e muito afável. Minha mãe, Maria do Carmo Aguiar, deu a vida por mim, como vovô deu por seus filhos. E, durante esses anos pude também receber o amor, levar broncas, conhecer e participar um pouco da sua vida, além de demonstrar todo amor que sentia, e que ainda sinto, por aquele velhinho que ficará para
sempre na minha lembrança.
Anita Aguiar Neta ( Anitinha)
MEU AVO ERA UM GUERREIRO!
Apesar de não ter convivido tanto com meu avô, sei o quanto batalhador ele foi. Homem trabalhador, honesto, que lutou até o fim para criar seus filhos e netos nos caminhos certos.
Meu avô foi muito especial e deixou marcas por onde passou. Até hoje, minha mãe nos fala dos ensinamentos que ele nos deixou.
Eu era muito pequena quando ele se foi, mas pela quantidade de fotos que mainha tirou, imagino o quanto ele nos amava e mimava. Muitas eram as pessoas que o admiravam...pelo seu caráter e sua força. Gostaria de tê-lo conhecido melhor, mas pelas palavras e depoimentos de outras pessoas sei que foi um grande homem.
Por fim, como sei que meu avô era guerreiro e corajoso, deixo uma mensagem final, qual seja: “Não tenhas medo dos confrontos. Até os planetas se chocam, e, do caos, nascem as estrelas”. Vovô, eu te amo.
Maísa Aguiar Santana
EU AMO MUITO VOVÔ!
Vovô, 4 letras inesquecíveis! Sinto muita falta de vovô, porque quando o conheci eu era muito pequenininha, queria ter retribuído todo o carinho que recebi dele!Mas mesmo assim sinto a sua presença em todos os meus momentos:de alegria e tristeza, me protegendo sempre!
Seguirei e carregarei sempre em meu coração,seu bom exemplo de luta,trabalho e honestidade! EU O AMO MUITO VOVÔ!!!
Ass: sua netinha e fã n°01
Marília Aguiar Santana
OLHAR FORTE E PENETRANTE
Exemplo fidedigno da hombridade humana, eis MANECA AGUIAR.!
Representante fiel do homem em que o menino deve se tornar, um bom pai, um bom marido, um bom filho, um bom avô, um bom bisavô, um bom amigo enfim um bom companheiro. MANECA AGUIAR exemplo de dignidade, honradez, humildade, coragem, fidelidade, ética, perseverança.
Por traz de traços rudes e másculos, um avô beijoqueiro e carinhoso que encantava e acalentava com seus doces beijinhos na testa, suas palavras sábias e oportunas afagavam e acalmavam o coração, seu olhar forte e penetrante nos dizia o que as palavras não podiam apresentar. Aqueles que não acreditam na imortalidade não conheceram MANECA AGUIAR, pois ele vive no coração daqueles que o amavam traduzindo-se numa sublime lembrança de fortaleza, amor e esperança.
Michelle de Aguiar Braz
Bisneta de Maneca Aguiar
Aracaju,12/05/2009
TE AMO VOVÔ
"Quando penso em meu avô Maneca, lembro-me daqueles dias que ao sair da escola, olhavámos do portão do colégio para a janela da casa de vovô em busca daquele homem de cabelos brancos, cheio de vida, rico em experiências e conquistas, rude e ao mesmo tempo tão carinhoso. Que saudade eu sinto da sua bênção ao final da aula, dos inúmeros cheiros que eu recebia na cabeça e das histórias que nos contava, os quais tornavam o nosso dia mais alegre. ""Vovô o senhor foi e é a profunda raiz dessa grande árvore que sempre está florescendo e doando à humanidade frutos maravilhosos."TE AMO VOVÔ
Carol Aguiar
Bisneta de Maneca Aguiar
HOMENAGEM A MANOEL GOMES DE AGUIAR
A vida de Manoel Gomes de Aguiar, meu tio e sogro, deve ver vista como um legado às gerações que o seguiram e que ele procurou apoiar e orientar com sua maneira simples e direta de pensar, agir e viver.
Duas correntes do pensamento científico procuram explicar o que determina o comportamento do ser humano. Uma delas afirma que o homem é o produto do meio em que vive; a outra, mais eclética e empírica, vê na genética a formação dos caracteres básicos que vão influenciar esse comportamento.
Aqui comento sobre a vida de Maneca do Brejinho; a vida de uma pessoa com o qual tive uma longa convivência, e assim posso afirmar que Seu Maneca, como também era conhecido, beneficiou-se das duas teses defendidas pelas correntes de pensamento científico acima mencionadas.
Senão vejamos: Seu Maneca nasceu em um povoado – Poço dos Bois, município de Cedro de São João, em Sergipe – onde as pessoas são dotadas de um estilo de educação primoroso, herdado dos seus antepassados, dos troncos familiares daquele povoado, no qual nasceram e viveram os seus pais Manoel Gomes de Novaes e Afra Amélia Aguiar.
Os pais de Seu Maneca viveram no tempo em que o mundo era eminentemente “rural” e se vivia no campo para produzir alimentos. Uma época em que as jornadas de trabalho chegavam a ultrapassar 13 horas por dia, utilizando-se o trabalho físico e quando as ferramentas de trabalho eram especificamente a foice, a enxada e tração a animal.
Portanto, Seu Maneca recebeu de seus pais os elementos genéticos básicos e a influência do ambiente de família e do local onde vivia que vão ajudar na construção de sua personalidade.
Assim, Maneca recebe de seus pais o “néctar” que usará no “cortiço” para construir com amor, trabalho e carinho o “mel” que oferecerá a seus familiares, à sua comunidade e a tantos quantos que com ele viriam a conviver.
Maneca Aguiar, Maneca do Brejinho ou simplesmente Maneca soube muito bem aproveitar tudo que se lhe foi oferecido pela vida, na construção de um caminho de retidão, coragem, amor, trabalho, muito trabalho e, acima de tudo fé.
No início da vida, junto aos seus pais e ao seu único e querido irmão João Gomes de Aguiar, outro homem de bem, dedicou-se ao campezinato de subsistência que se fazia na época, produzindo milho, feijão e criando gado, em pequena quantidade, para a produção de leite.
Daí para a frente, o homem de visão saiu em busca de novos horizontes, trabalhando como chamador-de-bois, carreiro de carro-de-bois e tocando comboio de burros, em viagens de transporte de mercadorias e mantimentos de locais e cidades bem distantes, para abastecer o comércio realizado pelas bodegas de seu povoado e adjacências. Viagens longas, cansativas e desgastantes mas, que sempre encorajavam o jovem e visionário Maneca a continuar, pois ele acreditava no futuro pelo trabalho e pronunciava sempre: “O homem que não trabalha na tem futuro”.
Agora Seu Maneca se divide entre a agricultura, o tocar os burros com mercadorias e transporte de algodão para a fábrica em Passagem (atual Neópolis) e, no período de corte de cana, ao transporte de cana no carro-de-boi para os engenhos e usinas de açúcar da Cotinguiba e regiões circunvizinhas. Nessa lida diária incansável seu Maneca se orgulhava de haver trabalhado como carreiro-de-bois, tendo ao seu lado um fiel amigo, o Sr. Raimundo José dos Santos, o “Mestre Raimundo”, que começou como seu chamador de bois quando ainda garoto, tornou-se respeitado carreiro e que o seguiu durante toda a sua vida, e passou a compor um integrante respeitado de sua família, juntamente com sua esposa e trabalhadora Mariazinha e filhos. “Mestre Raimundo”,que nasceu no mesmo dia que Maneca, hoje 14 de maio de 2009, ao completar 81 anos, ainda enche os olhos de lágrimas ao recordar a vida que viveu ao lado de seu grande amigo, Seu Maneca.
Nas viagens que empreendia com seu carro-de-bois para transportar cana-de-açúcar para as usinas na Região da Cotinguiba, conhece em Laranjeiras uma moça bonita pela qual se apaixona loucamente e que vem a ser a sua esposa, fiel confidente, braço forte em sua vida Essa moça é Maria Anita do Nascimento Aguiar...Anita, como a chamava docemente.
Maneca e Anita formam um casal que vai construir, ano a ano, uma família numerosa. Juntos iniciam a construção de um novo mundo familiar:filhos, netos, bisnetos, noras e genros passam a girar em torno dos dois que são vistos como ídolos pelo trabalho, pela luta, pela maneira carinhosa e pelo ombro amigo sempre disponível.
Muitas lutas, muitas conquistas porém, algumas perdas chegaram a comover fortemente o casal, mas a fé em Deus sempre cultivada na ambiente familiar foi capaz de fazer com que continuassem, Maneca e Anita, a fazer dos tombos alavanca para continuarem na luta.
Seu Maneca e Dona Anita construíram uma grande e importante família. Foram 11 filhos, muitos netos e bisnetos que continuam até hoje a seguir o exemplo deste casal que foi e é referência de luta, trabalho, honestidade e fé.
José Teles de Menezes Sobrinho – Zequinha
TENHO ORGULHO DE SER SEU NETO
Agradeço a Deus a oportunidade de homenagear este grande homem. filho, irmão, tio, pai, avô, amigo, em fim tudo que foi Vovô Maneca.
Ícone que inspirou a família e pessoas a acreditar que sempre podemos ser mais, sempre podemos ser fortes, sempre podemos ser unidos e liderados pelo exemplo de vencer!
Este homem me inspirou muitas vezes por suas qualidades que conheci melhor através dos meus pais, tios e primos que, em histórias da sua vida, me revelaram não um homem comum, mas um Herói, um Mourão que muitos pensariam duas vezes antes de tentar derrubar.
Em retribuição, gostaria de revelar agora um grande segredo: eu, motivado pelo grande homem que foi vovô Maneca, assumi comigo mesmo o compromisso de que ,sempre que possível, manteria o trabalho dele entre a família; assumi que seria um dever preservar sua obra, que para mim representa a FAZENDA BREJIHO,.
Sofri muito para alcançar este objetivo, o que na verdade se tornou uma compulsão. Agora, sinto-me realizado e reconhecido, pois consigo ver que, mesmo não podendo ter unificado a fazenda toda, não é isso que importa, vejo que a grande obra de seu Maneca, não foi a FAZENDA BREJINHO, e sim o que ela representa que é a nossa FAMÍLIA. Família esta que, assim como os meus pais, sempre esteve ao meu lado durante toda a minha vida.
Hoje tenho a oportunidade de ser proprietário de uma fazenda parte da então Fazenda Brejinho e já semeei as primeiras sementes de capim, ou melhor, semeei sementes que levarão outros a refletir sobre o valor da esperança, da fé, das possibilidades que cada um carrega de ser tão bem sucedido, como este homem chamado MANECA DO BREJINHO.
Pensei que já teria escrito tudo o que era necessário para homenageá-lo, e realmente não escrevi, gostaria ainda de relembrar poucos momentos que se passaram entre mim e ele, antes do acidente que o deixou desacordado:
Lembro-me, de quando tinha uns doze anos, de uma caminhada que fizemos juntos saindo da Fazenda Caburé até o Brejinho, continuando em em direção à fazenda de Toninho Brito; antes de atravessarmos o riacho, ele me ensinou como fazer a travessia: “primeiro se tira a sandália, depois arregaçava a calça até o joelho e quando chegamos do outro lado continuamos de pés descalços para a terra enxugar os nossos pés”. Até hoje eu uso este ensinamento dele.”
Outra passagem que lembro é quando, do alpendre da casa do Brejinho, perguntei a ele de que raça era meu cavalo e ele me disse: Mangalarga com Campolina.
Lembro do dia que ele fez um cabresto para eu usar em Dois de Ouro, isto já na Fazenda Mata!
Recordo-me também do dia em que estávamos sentados em duas cadeiras de balanço na sala da casa do Brejinho, quando o cachorro vermelho lhe sobiu ao colo, ele me ensinou uma passagem clássica:
” Melhor um cachorro amigo, que um amigo cachorro!”
Já em Aracaju, com ele depois do acidente, ainda jogamos algumas partidas de Damas; ele realmente não gostava de perder!
Também analisávamos os cavalos de carroça que passavam em frente à casa dele na avenida Hermes Fontes: cavalos pampos, cavalos pretos, tordilhos, castanhos, alguns de passada outros sem marchas nenhuma. E eu aproveitava a sua experiência.
Assim a vida continuou e não mais tivemos tempo de conversar, jogar Damas, analisar cavalos e eu ainda hoje sou um homem que imagina como seria a nossa vida se ainda tivéssemos ele entre nós.
Tenho orgulho de ser neto de Seu Maneca e de saber que “seus ensinamentos foram lançados em terreno fértil” (Hermínio José, 1991).
Eurípedes Manoel de Aguiar Menezes
MEU AVÔ É UM MARCO NA MINHA HISTÓRIA
Este momento é bastante oportuno para que possamos homenagear meu avô, como também aprender um pouco mais.
Meu avô é muito mais que história, meu avô é um marco na minha história. E minha mãe, ao empreender esse momento, nos presenteia com um acervo de fatos, relatos e depoimentos que provam e fazem manter vivo o nosso avô, real, sábio, presente, ativo, trabalho e suor.
Hoje, recordo o quanto eu andava garimpando no Brejinho para conseguir uma lembrança de meu avô: arreios, vestimentas, rastros de sua vida de luta e conquistas. Mas, como criança, achava-me diante do impossível, pois não consegui recuperar nada que meu avô tivesse deixado para que pudéssemos guardar ou copiar.
Meu avô ,entretanto, deixou algo incapaz de ser perdido, a sua vida de bondade e trabalho, a mim ensinada por meus pais e registrada na memória de pessoas fantásticas e especiais ,tais como nosso Mestre Raimundo e Dona Mariazinha, Compadre Antonio Pilucho, Bráulio de Helena, Helena de Bráulio, e outros que acompanharam e conheceram de perto Sr. Maneca. Pessoas estas que reproduziam meu avô de forma real e grandiosa e me deram a oportunidade de sonhar e buscar, incansavelmente, continuar a seguir seus exemplos e conselhos.
Vovô é real, real e presente. Esta homenagem, registra para mim a oportunidade e a vontade de ir em frente, em busca da reconquista das obras de meu avô e me deixa feliz por ver o quanto ele conseguiu nos fazer construir a nossa história e também procurar marcar a história de nossa geração.
Gostaria de poder falar mais do que meu avô é para mim; para mim ele está vivo, montado em seu burro Educado e com o curral cheio de vacas. Todas as vezes que entro em um curral vejo-me ao lado dele, tirando leite, tangendo o gado, conversando com Mestre Raimundo e olhando os pastos, apesar de não ter tido essa oportunidade nos tempos áureos do Brejinho.
Acho que essa homenagem, por ocasião do centenário de meu avô, deve representar para todos nós um reencontro com a vida e com as conquistas de vovô, e nos fazer voltar a lutar e acreditar que podemos reconstruir o que vovô e vovó nos ensinaram e deixaram para todos nós.
Tenho que me permitir terminar pois é infinita a vontade de registrar tudo que meu avô representa para mim de forma presente, espiritual e contínua, se constituindo em um verdadeiro acervo de lições, historias e registros de sabedoria viva, em que um real cenário de angústia, saudade e vontade de reviver, nos faz lembrar e chorar ao falar de vovô Maneca.
12/05/2008
Hermínio José de Aguiar Menezes
HOMEM FORTE, RÍGIDO E TRABALHADOR, MAS QUE NUNCA ME NEGOU UM CHEIRO
" Ja faz 3 noites que pro norte relampeia,...
A asa branca ouvindo o ronco do trovão...
Já bateu asa e voltou pro meu sertão...
Ai ai eu vou me embora, vou cuidar da plantação... "
Ouvindo estes versos da música de Luiz Gonzaga, o rei do baião, lembro-me da figura de meu avô Maneca (Manoel Gomes de Aguiar), um homem que tal qual a asa branca (do nosso sertão) batia sempre as asas para o campo quando a chuva se anunciava, através dos trovões, no baixo São Francisco- Malhada dos Bois. A toque de caixa ele se apressava em juntar o maior número de pessoas para saudar a chuva, com a terra preparada .... Um anunciador de trabalho e desestimulador da preguiça. ...
Vejo meu avô como um homem forte, rígido e trabalhador, mas que nunca me negou um cheiro (na cabeça- como é comum entre os "aguiares" de seu Maneca e dona Anita).
Vejo vovô como alguém que, mesmo diante das "quedas" que, no decorrer do tempo, o mundo nos dá, não perdia a vontade de ver o mundo passar como cinema a frente dos seus olhos. Como se tivesse que, mesmo de dentro de casa, coordenar o que se passava fora dela. Já na idade avançada não deixava de se sentar na cabeceira da mesa, ao lado da janela, no canto da sala - mas não no canto para ficar "pelos cantos " como um deprimido que se reserva à margem ... Sentava-se no canto porque daí se consegue controlar tudo ao seu redor, já que nada lhe escapava aos olhos.
Pessoas como vovô Maneca transformam a história, já que nos glorificam com memórias imortais, eternas, em fim históricas. E quem faz de suas atividades (sejam elas lúdicas ou sérias), de seu modo de viver História tem o incrível dom de se tornar um ídolo, um guia, uma referência. Ser referência é de vital importância hoje.... Quem são as referencias de hoje? Para os de nossa família a resposta é bem fácil.....pois temos grandes referencias de vida, de conduta, de histórias de lutas. Nossos outros referenciais externos são voláteis , como que se perdessem no tempo. Não pelo tempo, mas pela fragilidade das personalidades, dos caráteres de hoje em dia .
Obrigado vovô Maneca por manter minha família alinhada num só referencial de trabalho, luta e amor!
Cabe a nós seus descendentes, quando nos sentirmos distantes deste referencial, procurarmos fechar "os olhos" e viajar ao tempo. ( Usemos
o Luiz Gonzaga se preciso for ) e viajemos ao tempo do Brejinho de Seu Maneca, que acharemos a linha que nos foi traçada lá atrás para se reencontrarmos.
Um beijo mamãe, te amo parabéns pela brilhante iniciativa.
Marcel Vinicius de Aguiar Menezes
AQUELE, CHEIRO MEU!”
Ao fazer minha mensagem de conclusão de curso, descrevi Vovô Maneca como um homem forte que nunca perdeu sua bondade e a dignidade. Chamei-lhe de um homem forte porque ao vê-lo, mesmo em minha pouca idade, sentia sua presença marcante por natureza, que impressionava pelo simples fato de estar ali, com seu corpo sempre ereto de passadas firmes, que ao pedir-lhe a bênção, dava- me a mão calejada e forte como sustento .
Homem que nunca perdeu a bondade, pois a força muitas vezes se distancia do caminho do bem, da fraternidade, mas pelo carinho a mim dispensado em cada bênção dada, em cada abraço no colo, em cada beijo e em cada sorriso, nunca consegui sentir maldade naquele homem, fato esse corroborado por histórias contadas ao longo dos meus vinte e sete anos por toda a minha família, relatos que demonstravam sua bondade não só aos seus pares, mas a toda a comunidade de Malhada dos Bois e região.
A dignidade surge nos momentos mais difíceis em que, mesmo na cama adoentado, lembro de vê-lo na mais completa paz de espírito, o medo parecia não atingi-lo e a dor não chegavam meus olhos de criança.
Tenho sim, lembranças, das visitas a casa de vovô, das brincadeiras com os netos, das risadas que ele dava na mesa, da sandália de coro que usava, do pé e da unha marcado pela terra que cultivou e pelos caminhos que seguiu, do bigode fazendo cócegas nas mãos beijadas, mas sem sombra de dúvidas, o que mais sinto falta era do seu cheiro que se espalhava na casa, o cheiro forte e familiar que logo ao sentir, em qualquer lugar que fosse, sabia que vovô vinha chegando, aquele cheiro que como dize Luiz Gonzaga: “Aquele, aquele, cheiro Meu!” Vovô o senhor está sempre no meu coração!
Fábio Victor de Aguiar Menezes.
CONVIDEI VOVÔ PARA SER MEU PAI
Agradeço a Deus a oportunidade de homenagear este grande homem. filho, irmão, tio, pai, avô, amigo, em fim tudo que foi Vovô Maneca.
Ícone que inspirou a família e pessoas a acreditar que sempre podemos ser mais, sempre podemos ser fortes, sempre podemos ser unidos e liderados pelo exemplo de vencer!
Este homem me inspirou muitas vezes por suas qualidades que conheci melhor através dos meus pais, tios e primos que, em histórias da sua vida, me revelaram não um homem comum, mas um Herói, um Mourão que muitos pensariam duas vezes antes de tentar derrubar.
Em retribuição, gostaria de revelar agora um grande segredo: eu, motivado pelo grande homem que foi vovô Maneca, assumi comigo mesmo o compromisso de que ,sempre que possível, manteria o trabalho dele entre a família; assumi que seria um dever preservar sua obra, que para mim representa a FAZENDA BREJIHO,.
Sofri muito para alcançar este objetivo, o que na verdade se tornou uma compulsão. Agora, sinto-me realizado e reconhecido, pois consigo ver que, mesmo não podendo ter unificado a fazenda toda, não é isso que importa, vejo que a grande obra de seu Maneca, não foi a FAZENDA BREJINHO, e sim o que ela representa que é a nossa FAMÍLIA. Família esta que, assim como os meus pais, sempre esteve ao meu lado durante toda a minha vida.
Hoje tenho a oportunidade de ser proprietário de uma fazenda parte da então Fazenda Brejinho e já semeei as primeiras sementes de capim, ou melhor, semeei sementes que levarão outros a refletir sobre o valor da esperança, da fé, das possibilidades que cada um carrega de ser tão bem sucedido, como este homem chamado MANECA DO BREJINHO.
Pensei que já teria escrito tudo o que era necessário para homenageá-lo, e realmente não escrevi, gostaria ainda de relembrar poucos momentos que se passaram entre mim e ele, antes do acidente que o deixou desacordado:
Lembro-me, de quando tinha uns doze anos, de uma caminhada que fizemos juntos saindo da Fazenda Caburé até o Brejinho, continuando em em direção à fazenda de Toninho Brito; antes de atravessarmos o riacho, ele me ensinou como fazer a travessia: “primeiro se tira a sandália, depois arregaçava a calça até o joelho e quando chegamos do outro lado continuamos de pés descalços para a terra enxugar os nossos pés”. Até hoje eu uso este ensinamento dele.”
Outra passagem que lembro é quando, do alpendre da casa do Brejinho, perguntei a ele de que raça era meu cavalo e ele me disse: Mangalarga com Campolina.
Lembro do dia que ele fez um cabresto para eu usar em Dois de Ouro, isto já na Fazenda Mata!
Recordo-me também do dia em que estávamos sentados em duas cadeiras de balanço na sala da casa do Brejinho, quando o cachorro vermelho lhe sobiu ao colo, ele me ensinou uma passagem clássica:
” Melhor um cachorro amigo, que um amigo cachorro!”
Já em Aracaju, com ele depois do acidente, ainda jogamos algumas partidas de Damas; ele realmente não gostava de perder!
Também analisávamos os cavalos de carroça que passavam em frente à casa dele na avenida Hermes Fontes: cavalos pampos, cavalos pretos, tordilhos, castanhos, alguns de passada outros sem marchas nenhuma. E eu aproveitava a sua experiência.
Assim a vida continuou e não mais tivemos tempo de conversar, jogar Damas, analisar cavalos e eu ainda hoje sou um homem que imagina como seria a nossa vida se ainda tivéssemos ele entre nós.
Tenho orgulho de ser neto de Seu Maneca e de saber que “seus ensinamentos foram lançados em terreno fértil” (Hermínio José, 1991).
Eurípedes Manoel de Aguiar Menezes
MEU AVÔ É UM MARCO NA MINHA HISTÓRIA
Este momento é bastante oportuno para que possamos homenagear meu avô, como também aprender um pouco mais.
Meu avô é muito mais que história, meu avô é um marco na minha história. E minha mãe, ao empreender esse momento, nos presenteia com um acervo de fatos, relatos e depoimentos que provam e fazem manter vivo o nosso avô, real, sábio, presente, ativo, trabalho e suor.
Hoje, recordo o quanto eu andava garimpando no Brejinho para conseguir uma lembrança de meu avô: arreios, vestimentas, rastros de sua vida de luta e conquistas. Mas, como criança, achava-me diante do impossível, pois não consegui recuperar nada que meu avô tivesse deixado para que pudéssemos guardar ou copiar.
Meu avô ,entretanto, deixou algo incapaz de ser perdido, a sua vida de bondade e trabalho, a mim ensinada por meus pais e registrada na memória de pessoas fantásticas e especiais ,tais como nosso Mestre Raimundo e Dona Mariazinha, Compadre Antonio Pilucho, Bráulio de Helena, Helena de Bráulio, e outros que acompanharam e conheceram de perto Sr. Maneca. Pessoas estas que reproduziam meu avô de forma real e grandiosa e me deram a oportunidade de sonhar e buscar, incansavelmente, continuar a seguir seus exemplos e conselhos.
Vovô é real, real e presente. Esta homenagem, registra para mim a oportunidade e a vontade de ir em frente, em busca da reconquista das obras de meu avô e me deixa feliz por ver o quanto ele conseguiu nos fazer construir a nossa história e também procurar marcar a história de nossa geração.
Gostaria de poder falar mais do que meu avô é para mim; para mim ele está vivo, montado em seu burro Educado e com o curral cheio de vacas. Todas as vezes que entro em um curral vejo-me ao lado dele, tirando leite, tangendo o gado, conversando com Mestre Raimundo e olhando os pastos, apesar de não ter tido essa oportunidade nos tempos áureos do Brejinho.
Acho que essa homenagem, por ocasião do centenário de meu avô, deve representar para todos nós um reencontro com a vida e com as conquistas de vovô, e nos fazer voltar a lutar e acreditar que podemos reconstruir o que vovô e vovó nos ensinaram e deixaram para todos nós.
Tenho que me permitir terminar pois é infinita a vontade de registrar tudo que meu avô representa para mim de forma presente, espiritual e contínua, se constituindo em um verdadeiro acervo de lições, historias e registros de sabedoria viva, em que um real cenário de angústia, saudade e vontade de reviver, nos faz lembrar e chorar ao falar de vovô Maneca.
12/05/2008
Hermínio José de Aguiar Menezes
HOMEM FORTE, RÍGIDO E TRABALHADOR, MAS QUE NUNCA ME NEGOU UM CHEIRO
" Ja faz 3 noites que pro norte relampeia,...
A asa branca ouvindo o ronco do trovão...
Já bateu asa e voltou pro meu sertão...
Ai ai eu vou me embora, vou cuidar da plantação... "
Ouvindo estes versos da música de Luiz Gonzaga, o rei do baião, lembro-me da figura de meu avô Maneca (Manoel Gomes de Aguiar), um homem que tal qual a asa branca (do nosso sertão) batia sempre as asas para o campo quando a chuva se anunciava, através dos trovões, no baixo São Francisco- Malhada dos Bois. A toque de caixa ele se apressava em juntar o maior número de pessoas para saudar a chuva, com a terra preparada .... Um anunciador de trabalho e desestimulador da preguiça. ...
Vejo meu avô como um homem forte, rígido e trabalhador, mas que nunca me negou um cheiro (na cabeça- como é comum entre os "aguiares" de seu Maneca e dona Anita).
Vejo vovô como alguém que, mesmo diante das "quedas" que, no decorrer do tempo, o mundo nos dá, não perdia a vontade de ver o mundo passar como cinema a frente dos seus olhos. Como se tivesse que, mesmo de dentro de casa, coordenar o que se passava fora dela. Já na idade avançada não deixava de se sentar na cabeceira da mesa, ao lado da janela, no canto da sala - mas não no canto para ficar "pelos cantos " como um deprimido que se reserva à margem ... Sentava-se no canto porque daí se consegue controlar tudo ao seu redor, já que nada lhe escapava aos olhos.
Pessoas como vovô Maneca transformam a história, já que nos glorificam com memórias imortais, eternas, em fim históricas. E quem faz de suas atividades (sejam elas lúdicas ou sérias), de seu modo de viver História tem o incrível dom de se tornar um ídolo, um guia, uma referência. Ser referência é de vital importância hoje.... Quem são as referencias de hoje? Para os de nossa família a resposta é bem fácil.....pois temos grandes referencias de vida, de conduta, de histórias de lutas. Nossos outros referenciais externos são voláteis , como que se perdessem no tempo. Não pelo tempo, mas pela fragilidade das personalidades, dos caráteres de hoje em dia .
Obrigado vovô Maneca por manter minha família alinhada num só referencial de trabalho, luta e amor!
Cabe a nós seus descendentes, quando nos sentirmos distantes deste referencial, procurarmos fechar "os olhos" e viajar ao tempo. ( Usemos
o Luiz Gonzaga se preciso for ) e viajemos ao tempo do Brejinho de Seu Maneca, que acharemos a linha que nos foi traçada lá atrás para se reencontrarmos.
Um beijo mamãe, te amo parabéns pela brilhante iniciativa.
Marcel Vinicius de Aguiar Menezes
AQUELE, CHEIRO MEU!”
Ao fazer minha mensagem de conclusão de curso, descrevi Vovô Maneca como um homem forte que nunca perdeu sua bondade e a dignidade. Chamei-lhe de um homem forte porque ao vê-lo, mesmo em minha pouca idade, sentia sua presença marcante por natureza, que impressionava pelo simples fato de estar ali, com seu corpo sempre ereto de passadas firmes, que ao pedir-lhe a bênção, dava- me a mão calejada e forte como sustento .
Homem que nunca perdeu a bondade, pois a força muitas vezes se distancia do caminho do bem, da fraternidade, mas pelo carinho a mim dispensado em cada bênção dada, em cada abraço no colo, em cada beijo e em cada sorriso, nunca consegui sentir maldade naquele homem, fato esse corroborado por histórias contadas ao longo dos meus vinte e sete anos por toda a minha família, relatos que demonstravam sua bondade não só aos seus pares, mas a toda a comunidade de Malhada dos Bois e região.
A dignidade surge nos momentos mais difíceis em que, mesmo na cama adoentado, lembro de vê-lo na mais completa paz de espírito, o medo parecia não atingi-lo e a dor não chegavam meus olhos de criança.
Tenho sim, lembranças, das visitas a casa de vovô, das brincadeiras com os netos, das risadas que ele dava na mesa, da sandália de coro que usava, do pé e da unha marcado pela terra que cultivou e pelos caminhos que seguiu, do bigode fazendo cócegas nas mãos beijadas, mas sem sombra de dúvidas, o que mais sinto falta era do seu cheiro que se espalhava na casa, o cheiro forte e familiar que logo ao sentir, em qualquer lugar que fosse, sabia que vovô vinha chegando, aquele cheiro que como dize Luiz Gonzaga: “Aquele, aquele, cheiro Meu!” Vovô o senhor está sempre no meu coração!
Fábio Victor de Aguiar Menezes.
CONVIDEI VOVÔ PARA SER MEU PAI
Contarei uma passagem de minha vida, com meu avô Maneca, que teve um grande significado pra mim.
Quando criancinha, perdi meu pai e sentia inveja de ver todos vocês pedirem a bênção a vovô. Resolvi então convidá-lo a ser meu pai também. Ele riu muito, abraçou-me, beijou-me e disse assim: “Vanessa terei muito prazer em ser seu pai, mas estou muito velho e perto de morrer, acharia melhor que você convidasse uma pessoa mais jovem, assim você terá um pai por muito tempo”; fiquei um pouco triste e ele acrescentou: “escolha um de seus irmãos para chamar de pai e, enquanto eu for vivo, abençoarei você todos os dias, minha filha”. Pulei de alegria e chamei César pra ser meu pai. Dias depois ele me perguntou: “e ai Vanessa já escolheu seu pai”? Então lhe disse que sim e anunciei o nome. Ele riu, abraçou-me e disse: “boa escolha minha filha, que Deus abençoe você e seu pai e que vivam juntos por muito tempo”.
Nunca esqueci e resolvi contar a todos estes momentos alegres que tive com meu avô.
Vanessa Aguiar Dinízio
LEMBRANÇAS DE MEU PAI
Numa família, como na vida, cada pessoa tem suas características. Sempre fui uma pessoa muito apegada a meus pais, daí o meu grande sofrimento quando tive que deles me separar para estudar no internato. Não gosto nem de pensar, em quando fiquei sem meus pais.
Do meu pai, ora homenageado, tenho muitas recordações.
Lembro dos passeios que fazíamos de carroça, ao João Vieira, fazenda de tio João e ao “Pau da Canoa”, fazenda de meu inesquecível irmão José Hermínio (Zezé). Estes eram os dois principais lugares para onde íamos. Uma particularidade, nestas ocasiões, era o gosto que papai tinha de dar carona a todos que encontrava no caminho. A carroça já cheia com nossa família, mas sempre havia lugar para todos quem encontrava andando a pé. Ía arrumando os menores nos colos dos maiores e, às vezes, chegávamos tão apertados como sardinhas numa lata, mas ele servia a todos com a maior alegria, . Quando ele comprou nosso primeiro carro, uma Rural Willys, e os outros carros que foi comprando depois, continuou com a mesma rotina, dava carona a todos os conhecidos que ía encontrando.Só não colocava mais gente se o carro quebrasse.
Nos dias de São João e São Pedro, logo cedo, papai trazia caçuás cheios de milho verde que mamãe transformava em canjica, pamonhas, manauês e, como a criançada mais gostava,cozinhava caldeirões de milhos bem verdes, não esquecendo de reservar espigas para serem assadas na fogueira..Quando já estava anoitecendo, lembro de papai chegando, com as roupas molhadas pela chuva, trazendo uma imensa fogueira, maior do que ele, toda feita de madeira lascada e bem linheira. Ficávamos em volta, enquanto ele cavava o buraco, colocava a fogueira em pé, firmando-a para não cair. Mais tarde, voltávamos todos com ele para ascender a fogueira e depois soltarmos fogos que os saudosos Luis Alves e Maria Hermínia (Neném), meu cunhado e minha irmã , traziam de Aracaju. Foram momentos inesquecíveis!
Nas férias escolares, a casa ficava cheia de filhos e netos e, geralmente, papai só fazia as refeições com um dos netinhos sentado na sua perna esquerda. Não entendia como ele conseguia fazer aquilo, mas achava muito bonita aquela sua atitude.
Papai era um homem forte que nos transmitia a sensação de que nada de mau deixaria nos acontecer. Quando ocorria, porém, dele ser acometido de uma crise de enxaqueca, era de tal magnitude que sentíamos o nosso mundo ameaçado, ele poderia não resistir.
Naquela época não havia remédios apropriados, mas mamãe usava tudo que dispunha :guaraína, cbalena, melhoral, chás os mais diversos. No quarto escuro, por não suportar
a luz, ela colocava compressas na testa e o chamado “sanapismo” nos dedos dos pés.
Homem de muita fé, após sofrer por muitos anos com a enxaqueca, acreditava que Deus iria curá-lo.Quando soube que Frei Damião iria celebrar uma Santa Missão, achou que havia chegado o momento de sua cura. Participou da cruzada de fé, fez uma boa confissão e foi abençoado pelo frade.Voltou sabendo que estava curado. Realmente, nunca mais teve enxaqueca.
Lembro ainda do seu rigor, dos seus castigos, às vezes, seguidos de um certo arrependimento, traduzido em carinhos dobrados. Carinhos, mimos, muitos beijos, daí sermos hoje uns beijoqueiros. Herança do convívio com nossos pais.
Papai era um homem muito sincero com mamãe, nunca alguém ouviu falar qualquer comportamento inadequado a um homem casado. Era um romântico, gostava de músicas românticas e, sempre pedia: cantem aquela que diz assim: Receba as flores que lhe dou, em cada flor um beijo meu”
Nunca andou em bares; gostava, quando tinha companhia ,de tomar um pouco de Cinzano ou Martini, antes do almoço. Nunca fumou e detestava fumo.
Houve um período em que, pela minha idade, eu era chamada por ele para todas as pequenas coisas de que necessitava: “Roza, traga minhas botas”.” Roza , traga minhas esporas”.” Roza, traga água para mim”, “Roza espante as galinhas” e, em fim , todo o tempo em que estava em casa, me chamava para tudo.
Ao ouvir tantos chamados, os trabalhadores que estavam nos cercados perto da casa, ao o encontrarem diziam:” mas seu Maneca , o senhor chama tanto por Roza!!!
Hoje ao escrever isto, sinto muitas saudades.
Saudades do meu pai, homem que, ao lado da grande mulher Anita Nascimento, minha também inesquecível mãe, ensinaram-me tantos valores, deram-me grandes lições de vida e transmitiram-me tanta fé, que só tenho a agradecer a Deus pela dádiva de tê-los como pais.
Antonia Roza de Aguiar Menezes
Aracaju, 01/05/2009
Quando criancinha, perdi meu pai e sentia inveja de ver todos vocês pedirem a bênção a vovô. Resolvi então convidá-lo a ser meu pai também. Ele riu muito, abraçou-me, beijou-me e disse assim: “Vanessa terei muito prazer em ser seu pai, mas estou muito velho e perto de morrer, acharia melhor que você convidasse uma pessoa mais jovem, assim você terá um pai por muito tempo”; fiquei um pouco triste e ele acrescentou: “escolha um de seus irmãos para chamar de pai e, enquanto eu for vivo, abençoarei você todos os dias, minha filha”. Pulei de alegria e chamei César pra ser meu pai. Dias depois ele me perguntou: “e ai Vanessa já escolheu seu pai”? Então lhe disse que sim e anunciei o nome. Ele riu, abraçou-me e disse: “boa escolha minha filha, que Deus abençoe você e seu pai e que vivam juntos por muito tempo”.
Nunca esqueci e resolvi contar a todos estes momentos alegres que tive com meu avô.
Vanessa Aguiar Dinízio
LEMBRANÇAS DE MEU PAI
Numa família, como na vida, cada pessoa tem suas características. Sempre fui uma pessoa muito apegada a meus pais, daí o meu grande sofrimento quando tive que deles me separar para estudar no internato. Não gosto nem de pensar, em quando fiquei sem meus pais.
Do meu pai, ora homenageado, tenho muitas recordações.
Lembro dos passeios que fazíamos de carroça, ao João Vieira, fazenda de tio João e ao “Pau da Canoa”, fazenda de meu inesquecível irmão José Hermínio (Zezé). Estes eram os dois principais lugares para onde íamos. Uma particularidade, nestas ocasiões, era o gosto que papai tinha de dar carona a todos que encontrava no caminho. A carroça já cheia com nossa família, mas sempre havia lugar para todos quem encontrava andando a pé. Ía arrumando os menores nos colos dos maiores e, às vezes, chegávamos tão apertados como sardinhas numa lata, mas ele servia a todos com a maior alegria, . Quando ele comprou nosso primeiro carro, uma Rural Willys, e os outros carros que foi comprando depois, continuou com a mesma rotina, dava carona a todos os conhecidos que ía encontrando.Só não colocava mais gente se o carro quebrasse.
Nos dias de São João e São Pedro, logo cedo, papai trazia caçuás cheios de milho verde que mamãe transformava em canjica, pamonhas, manauês e, como a criançada mais gostava,cozinhava caldeirões de milhos bem verdes, não esquecendo de reservar espigas para serem assadas na fogueira..Quando já estava anoitecendo, lembro de papai chegando, com as roupas molhadas pela chuva, trazendo uma imensa fogueira, maior do que ele, toda feita de madeira lascada e bem linheira. Ficávamos em volta, enquanto ele cavava o buraco, colocava a fogueira em pé, firmando-a para não cair. Mais tarde, voltávamos todos com ele para ascender a fogueira e depois soltarmos fogos que os saudosos Luis Alves e Maria Hermínia (Neném), meu cunhado e minha irmã , traziam de Aracaju. Foram momentos inesquecíveis!
Nas férias escolares, a casa ficava cheia de filhos e netos e, geralmente, papai só fazia as refeições com um dos netinhos sentado na sua perna esquerda. Não entendia como ele conseguia fazer aquilo, mas achava muito bonita aquela sua atitude.
Papai era um homem forte que nos transmitia a sensação de que nada de mau deixaria nos acontecer. Quando ocorria, porém, dele ser acometido de uma crise de enxaqueca, era de tal magnitude que sentíamos o nosso mundo ameaçado, ele poderia não resistir.
Naquela época não havia remédios apropriados, mas mamãe usava tudo que dispunha :guaraína, cbalena, melhoral, chás os mais diversos. No quarto escuro, por não suportar
a luz, ela colocava compressas na testa e o chamado “sanapismo” nos dedos dos pés.
Homem de muita fé, após sofrer por muitos anos com a enxaqueca, acreditava que Deus iria curá-lo.Quando soube que Frei Damião iria celebrar uma Santa Missão, achou que havia chegado o momento de sua cura. Participou da cruzada de fé, fez uma boa confissão e foi abençoado pelo frade.Voltou sabendo que estava curado. Realmente, nunca mais teve enxaqueca.
Lembro ainda do seu rigor, dos seus castigos, às vezes, seguidos de um certo arrependimento, traduzido em carinhos dobrados. Carinhos, mimos, muitos beijos, daí sermos hoje uns beijoqueiros. Herança do convívio com nossos pais.
Papai era um homem muito sincero com mamãe, nunca alguém ouviu falar qualquer comportamento inadequado a um homem casado. Era um romântico, gostava de músicas românticas e, sempre pedia: cantem aquela que diz assim: Receba as flores que lhe dou, em cada flor um beijo meu”
Nunca andou em bares; gostava, quando tinha companhia ,de tomar um pouco de Cinzano ou Martini, antes do almoço. Nunca fumou e detestava fumo.
Houve um período em que, pela minha idade, eu era chamada por ele para todas as pequenas coisas de que necessitava: “Roza, traga minhas botas”.” Roza , traga minhas esporas”.” Roza, traga água para mim”, “Roza espante as galinhas” e, em fim , todo o tempo em que estava em casa, me chamava para tudo.
Ao ouvir tantos chamados, os trabalhadores que estavam nos cercados perto da casa, ao o encontrarem diziam:” mas seu Maneca , o senhor chama tanto por Roza!!!
Hoje ao escrever isto, sinto muitas saudades.
Saudades do meu pai, homem que, ao lado da grande mulher Anita Nascimento, minha também inesquecível mãe, ensinaram-me tantos valores, deram-me grandes lições de vida e transmitiram-me tanta fé, que só tenho a agradecer a Deus pela dádiva de tê-los como pais.
Antonia Roza de Aguiar Menezes
Aracaju, 01/05/2009